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Ativista rebate campanha de neozelandês contra os gatos

Bob Kerridge é diretor de ONG de defesa dos animais em Auckland

DÉBORA MISMETTI EDITORA DE “CIÊNCIA+SAÚDE”

A SPCA (Sociedade para a Prevenção da Crueldade contra Animais) em Auckland, na Nova Zelândia, tem travado uma batalha contra a campanha Cats to Go, que responsabiliza gatos domésticos por reduzir o número de aves nativas no país.

O líder dessa campanha, o empresário neozelandês Gareth Morgan, afirmou, em entrevista à Folha, que os gatos são uma ameaça importante aos pássaros locais porque, enquanto há controle de pestes direcionado a roedores, nada se faz contra os bichanos. Morgan disse ainda que, se um neozelandês tem um gato, que seja o último.

"Como ele se atreve a sugerir isso?", pergunta Bob Kerridge, 75, diretor-executivo da SPCA. Kerridge, que trabalha há mais de 30 anos na proteção de animais, criticou a campanha de Morgan em entrevista por telefone

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Folha - O que o empresário Gareth Morgan tem dito de errado sobre a matança de aves por gatos?

Bob Kerridge - Nossas pesquisas mostram que só 50% dos gatos domésticos caçam e, entre esses, as presas preferidas são roedores; os pássaros nativos são menos de 1% das presas.

Ele também critica as ações da sua organização, dizendo que vocês alimentam colônias de gatos de rua que são uma ameaça à vida selvagem.

Temos três escolhas para lidar com gatos abandonados. Podemos ignorá-los, o que não é condizente com nossa organização; matá-los, o que não faz parte da nossa atuação, ou castrá-los. É isso o que escolhemos fazer. Isso comprovadamente controla o número de gatos. Os voluntários os coletam, trazem para serem castrados e, depois, os devolvem para as colônias de origem.

Segundo a campanha Cats to Go, os gatos devem ficar presos em casa o tempo todo para evitar a predação. Você defende essa conduta?

Se as pessoas quiserem prender seus gatos e eles estiverem felizes, tudo bem, mas não insistimos. Reconhecemos que os gatos são predadores. Outros animais também, o problema é que as pessoas implicam com os gatos. A sugestão feita por Gareth Morgan de que se você tem um gato ele deve ser o último é uma invasão na vida das pessoas. Como ele se atreve a sugerir isso?

A proporção de donos de gatos no país é grande, não?

Cerca de 48% dos domicílios têm gatos. Nossa organização funciona há 130 anos e é mantida por doações. Morgan disse que as pessoas não deveriam mais doar. Mas, agora, as pessoas estão dando até mais dinheiro!


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