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Pesquisa
USP testa droga contra pressão alta para tratar esquizofrenia
DE RIBEIRÃO PRETO - Uma nova droga contra a esquizofrenia se mostrou mais eficaz ante os tratamentos atuais em pesquisa conjunta da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP e da Universidade de Alberta, no Canadá.
Os testes com o nitroprussiato de sódio, usado para hipertensão, resultaram em ação mais rápida e maior controle dos sintomas, sem efeitos colaterais. Os resultados foram publicados no "Jama Psychiatry".
Os principais sintomas da esquizofrenia são desorganizações psíquicas, como delírios e alucinações, mas também cognitivas --falta de atenção, por exemplo.
Mas, de acordo com o professor da USP Jaime Hallak, que coordenou os estudos, as drogas usadas atualmente deixam a desejar no sintomas chamados "negativos", como os que atingem a cognição.
O estudo dividiu os pacientes em dois grupos de dez pessoas --um recebeu o medicamento e o outro, placebo.
No grupo que recebeu o nitroprussiato, houve controle mais rápido dos sintomas da doença. Com uma única administração do medicamento, o efeito positivo durou por cerca de quatro semanas.
Helio Elkis, professor do departamento de psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, não envolvido com o estudo, afirma que o controle dos sintomas negativos da doença é um dos méritos da pesquisa.
No entanto, ele chama a atenção para o tempo curto de acompanhamento dos pacientes na pesquisa.