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Vacinação contra HPV começa em 2014

Imunização contra vírus ligado a câncer do colo do útero será oferecida a meninas de dez e onze anos na rede pública

Vacina será dada nas escolas e em postos de saúde; nos dois casos, será necessário ter autorização dos pais

JOHANNA NUBLAT DE BRASÍLIA

A partir de março de 2014, a vacina contra o HPV (papilomavírus humano) estará disponível na rede pública. Serão vacinadas meninas de dez e onze anos; de 2015 em diante, só as de dez anos.

O HPV está ligado a diversos tipos de tumor, principalmente ao do colo do útero, e às verrugas genitais. Estima-se que 685 mil pessoas sejam infectadas ao ano no país.

Hoje, a vacina está disponível no país na rede privada, ao custo médio de R$ 300 por dose (são necessárias três) e em algumas cidades que optaram por oferecê-la.

A inclusão da vacina foi analisada por dois anos pelo Ministério da Saúde. A escolhida foi a imunização da americana MSD, que protege contra quatro tipos do vírus.

A meta é imunizar, em 2014, 80% das meninas de dez e onze anos, público estimado em 3,3 milhões. Para tanto, uma campanha terá início no segundo semestre deste ano, com foco não só nas meninas mas nas famílias e nos professores.

O ministério vai adotar um modelo que mistura a oferta da vacina nas escolas (públicas e privadas) e nos postos de saúde. A ideia é que a primeira dose seja dada nas escolas e as seguintes em postos ou escolas, a depender da organização do município.

Nos dois casos, deverá haver a autorização dos pais ou dos responsáveis.

O governo escolheu a faixa etária dos dez anos para garantir que as meninas estejam imunizadas antes do início de qualquer tipo de atividade sexual.

Isso porque o HPV é transmitido com o contato íntimo, mesmo sem penetração.

Segundo Jarbas Barbosa, secretário de Vigilância em Saúde da pasta, uma pesquisa feita em 2012 com estudantes identificou que 18,3% das meninas entre 13 e 15 anos já tinham tido relações sexuais, índice que alcançava os 25,5% na região Norte.

Para Luisa Villa, professora da Faculdade de Medicina da USP, a faixa etária escolhida é "adequada", mas deve ser ampliada assim que possível. "Vou adotar a posição de quem estava esperando há tanto tempo: melhor assim do que nenhuma."

Uma preocupação do governo é fazer com que as meninas e suas famílias entendam que, mesmo vacinadas, continuam sendo necessários o uso do preservativo e as idas regulares ao ginecologista.

"A vacina não protege contra HIV nem contra gravidez indesejada", diz Barbosa.

Ele afirma que a pasta ainda avalia a oferta dessa vacina para meninos.

O governo vai pagar R$ 30 por dose, via acordo de transferência de tecnologia da MSD para o Instituto Butantan. Serão gastos R$ 360,7 milhões na compra das doses no primeiro ano --o equivalente a 19% do programa nacional de imunização, que tem outras 26 vacinas.

O custo deve cair nos anos seguintes.

Outros R$ 300 milhões serão gastos pelos governos federal e de São Paulo e pelo Butantan na construção da nova fábrica de produção.


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