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Estudo diz que Tamiflu não é eficaz contra gripe
Revisão diz que redução do tempo da doença proporcionado pelo remédio é de poucas horas
Um estudo feito pela Cochrane Collaboration, grupo de cientistas que investiga a efetividade de remédios, e publicado no "British Medical Journal", afirma que o Tamiflu não é eficaz contra a gripe --o máximo que ele faz é reduzir a duração da enfermidade de 7 para 6,3 dias.
Em 2009, durante o surto de gripe H1N1, a OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendou aos países que estocassem Tamiflu e Relenza. A Cochrane pede à OMS que revise sua recomendação.
A equipe também constatou que os remédios podem ter efeitos colaterais prejudiciais. Alguns pacientes sofreram náusea e vômitos causados pelo Tamiflu. Ocasionalmente, a droga esteve relacionada a dores de cabeça e problemas renais e psiquiátricos.
As constatações surgem ao final de uma batalha contra os fabricantes de medicamentos pelo acesso aos dados brutos produzidos durante os testes, não aos estudos científicos bancados pelas farmacêuticas. A equipe de pesquisadores e o "BMJ" desafiaram os fabricantes de medicamentos e as autoridades regulatórias, pedindo transparência quanto aos benefícios e aos efeitos adversos de medicamentos.
A revisão constatou que embora o Tamiflu reduzisse a duração da gripe ligeiramente entre os adultos, os resultados eram mais incertos entre as crianças.
A Roche discordou da revisão e afirmou que os remédios eram uma opção vital de tratamento contra a gripe. Segundo a empresa, um estudo recentemente publicado pela revista "Lancet" com 30 mil pacientes tratados com Tamiflu na pandemia da gripe H1N1 apontou que o remédio salvou vidas.
A GSK disse que continuava a acreditar que os dados do Relenza sustentam sua efetividade contra a gripe, e que quando usado apropriadamente, ele pode reduzir a duração dos sintomas da gripe.