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Especialistas questionam se nau achada é a Santa Maria

Cientistas americanos afirmam ter encontrado restos da embarcação de Colombo que 'descobriu' a América

RICARDO BONALUME NETO DE SÃO PAULO

Especialistas questionaram a veracidade da descoberta anunciada anteontem (13) dos restos da nau Santa Maria, a bordo da qual Cristovão Colombo "descobriu" as Américas para os espanhóis em 1492.

O pesquisador americano Barry Clifford, responsável pela descoberta, anunciou que as pistas arqueológicas, geográficas e da exploração dos restos de um naufrágio no Haiti, incluindo pedaços de madeira, um velho canhão e pedras de lastro, indicam que seria a Santa Maria. Nada ainda foi retirado do mar pela equipe de pesquisadores americanos, que se limitaram a fotografar o achado.

No entanto, a espanhola e especialista em história do descobrimento Marina Alfonso Mola defende, sem ver as provas encontradas, que "segundo a documentação confiável da época, não pode ser a Santa Maria", a nau em que Cristóvão Colombo dirigiu sua primeira expedição.

"A Santa Maria da primeira viagem, segundo documentos, encalhou, foi desmontada e os restos usados para a construção de um forte", disse Marina Mola.

Colombo então retornou para a Espanha apenas com os dois navios menores da expedição, as caravelas Pinta e Niña.

José Luis Casado Soto, ex-diretor do Museu Marítimo do Cantábrico, diz que a notícia do achado da embarcação do descobrimento "deve ser colocada entre parêntese até que vejamos evidências".

A Santa Maria teria afundado em um recife na costa norte da caribenha ilha Hispaniola, onde ficam hoje Haiti e República Dominicana.

Como o desastre ocorreu durante o Natal de 1492, Colombo batizou seu pequeno forte de "La Navidad", que durou pouco. Foram trabalhos anteriores sobre a possível localização do fortim que deram a pista para Clifford procurar os restos da nau neste ano. Em uma expedição anterior ele já tinha achado os restos, mas não os vinculou à Santa Maria.

Ironicamente, pouco se conhece sobre as dimensões e formas dos três navios de Colombo, ou mesmo de outros semelhantes usados, por exemplo, pelos portugueses para também "descobrir" o Brasil em 1500.

A suposta Santa Maria, por ter encalhado próximo da costa, está a apenas cinco metros de profundidade --o que a torna um alvo fácil para saqueadores. Segundo Clifford, desde 2003 objetos que estavam na superfície do naufrágio foram saqueados. Ele espera conseguir escavar o que resta, com apoio do Haiti.

Clifford é conhecido na arqueologia marinha por dois achados importantes de navios piratas, o Whydah, encontrado em 1984 na costa leste dos Estados Unidos, e depois o navio do famoso pirata, captão Kidd, perto de Madagascar.


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