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Saúde + Ciência

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Excesso de peso cresce entre os jovens latinoamericanos

Região tem quase um terço das crianças obesas ou em sobrepeso do mundo

Nova análise de dados globais sobre índice de massa corpórea destaca o Brasil no mapa da epidemia de obesidade

RAFAEL GARCIA DE SÃO PAULO

A prevalência global de obesidade e sobrepeso continua a subir, e o fenômeno se concentra cada vez mais entre crianças e adolescentes de países em desenvolvimento. Um terço das pessoas abaixo de 20 anos acima do peso estão hoje na América Latina e, no Brasil, a parcela quase dobrou em três décadas.

Em todo o mundo, o excesso de peso entre jovens cresceu 47% de 1980 a 2013.

Esse cenário preocupante foi resultado de um estudo com dados de um levantamento internacional de saúde pública. Capturando dados colhidos desde 1980, os cientistas traçaram um novo mapa global da obesidade.

Desde aquele ano, a parcela de crianças e adolescentes em sobrepeso --com índice de massa corpórea maior que 25-- subiu de 8,1% para 12,9% em meninos e de 8,4% para 13,4% em em meninas.

A única boa notícia do novo estudo, publicado na revista médica "Lancet", é que a epidemia de obesidade e sobrepeso entre adultos de países ricos começou a se reverter desde 2006. Nos países em desenvolvimento, não houve progresso nem entre adultos nem entre crianças.

Em 2013, 52% dos homens e 58% das mulheres estavam obesos ou com excesso de peso no Brasil. "O aumento na taxa de latinoamericanos obesos ou com sobrepeso foi substancial e disseminado", diz Rafael Lozano, do Instituto para Métrica e Avaliação de Saúde dos EUA, que liderou a compilação de dados. "Nenhum país escapou dessa tendência problemática."

MOTIVOS

O novo estudo não se dedica a identificar com precisão os fatores que levaram ao agravamento do problema, mas os autores do trabalho parecem apontar como culpada uma mudança na dieta. Com mais produtos industrializados baratos que carregam calorias de processamento direto --caso do xarope de milho no México--, ficou mais difícil controlar dietas em crianças de áreas pobres,

Paulo Lotufo, sanitarista da USP que participou do estudo, diz que outros fatores --como o aumento do sedentarismo e mudanças da flora intestinal causadas pelo uso indiscriminado de antibióticos-- contribuíram para o problema no longo prazo.

Em comentário ao novo estudo, o epidemiologista Kim McPherson, da Universidade de Oxford, diz que a solução para o problema tem de ser "política" e precisa passar pela regulamentação de alimentos com conteúdo altamente calórico.


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