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Saúde + Ciência

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Técnica é rara por não trazer lucro, diz médico

DE SÃO PAULO

O médico que criou o protocolo de tratamento capaz de evitar a traqueostomia em pacientes de amiotrofia diz que sua abordagem não tem sido adotada em larga escala por ter pouco potencial lucrativo. A técnica pode ser usada também em pessoas com outras doenças neuromusculares que afetam a respiração, como esclerose lateral amiotrófica e distrofia de Duchenne.

John Robert Bach, 64, professor da escola médica da Universidade Rutgers, de Nova Jersey (EUA), afirma que o uso de suporte respiratório não invasivo custa em média US$ 10 mil por ano a um paciente nos EUA. Já os que acabam sendo submetidos à traqueostomia, diz, movimentam US$ 250 mil no mesmo período.

"No hospital, eles recebem oxigênio e acabam parando de respirar. Depois são entubados, traqueostomizados e vão parar numa unidade de tratamento que recebe US$ 98 mil para tentar desmamar' o paciente da máquina de ventilação em até 28 dias", conta Bach. "Se não conseguem, eles vão para uma enfermaria-residência que cobra US$ 750 por dia ou para casa pagando de US$ 800 a US$ 1.200 por diária de enfermagem."

Segundo ele, não há nenhum tipo de incentivo financeiro para que hospitais deixem de traqueostomizar pacientes de amiotrofia, "nem nos EUA nem no Brasil".

Bach esteve em São Paulo na semana passada para uma palestra no hospital Albert Einstein, o primeiro a dar abertura para seu protocolo, a pedido dos pais de Malu. O médico descreveu alguns dos cem casos de amiotrofia nos quais aplicou o suporte respiração não invasivo.

Para Eduardo Juan Troster, coordenador da UTI pediátrica do Einstein, a traqueostomia deve ser evitada, mas em muitos casos ela é necessária.

"O caso específico em questão não pode ser extrapolado para todos os pacientes de amiotrofia muscular espinhal tipo 1", diz. "A manutenção domiciliar de um paciente com tais características e em ventilação não invasiva exige cuidados específicos e intensivos."


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