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Novos centros fogem da 'cara de hospital'

DE SÃO PAULO

Um pedestre que passar distraído em frente ao Fleury do Itaim Bibi poderá até confundi-lo com um centro cultural.

Ali, exposições ficam em cartaz por um ano; folhetos indicam as obras no prédio. A atual, "Corpo Cultural", estimula a exploração dos sentidos por meio de texturas, cheiros e uma "sala de experiências" com livros e chás.

Na nova unidade do HCor, painéis do artista plástico Carlos Matuck decoram a entrada.

O ambiente, com piso de mármore e um enorme lustre pendendo na entrada -nada que lembre um laboratório-, foi a primeira coisa que chamou a atenção da artista plástica Bia Doria quando foi ao Alta, unidade do grupo Dasa na avenida Brasil.

"Pensei que estava no lugar errado", conta.

Ela destaca, entre as facilidades do novo laboratório, o fato de não precisar pegar senha.

"Agora vou levar meus filhos pra fazer um 'check-upzinho'. Já espalhei para o marido e as amigas. Nem em hospitais top temos esse atendimento."

Os programas de check-up são um dos carros-chefes das unidades de luxo.

Moacyr Roberto Cuce Nobre, diretor da Unidade de Epidemiologia Clínica do InCor (Instituto do Coração da USP), lembra, no entanto, que check-ups gerais podem trazer mais danos que benefícios.

"Um pequeno número de pessoas se beneficia porque descobre a doença na fase subclínica. Mas a maioria tem prejuízos, como desconfortos com exames, ansiedade com o falso-positivo e intervenções e cirurgias desnecessárias", diz o médico.

Segundo ele, é preciso insistir na cultura da prevenção e do autocuidado.

"A cultura do check-up é 'faço o que quero porque, com o check-up, estou garantido' e da venda do procedimento. Quando o apelo é a possível detecção de uma doença como câncer, traz mais impacto às pessoas, mas nunca se fala dos possíveis danos."


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