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Mandic volta à ativa com app que reúne senhas de rede wi-fi

Pioneiro da internet no Brasil, empresário conta que Mandic Magic já tem mais de 40 mil redes pelo mundo

Por enquanto, app está disponível apenas para iOS, mas, segundo criador, já está sendo adaptado para Android

ALEXANDRE ARAGÃO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"O Mandic, um dos maiores BBS do país, recebeu no mês passado cerca de 100 mil ligações, totalizando 1,1 milhão de minutos no ar", noticiou a Folha em 15 de março de 1995. Hoje, 18 anos depois, o Aleksandar Mandic, 58, diz no escritório da companhia que leva seu sobrenome: "Recebo você aqui, mas não comando mais a empresa."

Em março do ano passado, o paulista deixou a presidência da Mandic, pioneira em conectar computadores no Brasil, apesar de continuar sendo acionista. Afastado do dia a dia das decisões, ele teve tempo de criar: assim surgiu o aplicativo Mandic Magic, que tem como objetivo "descobrir" senhas de wi-fi próximos ao internauta.

Lançado no fim de fevereiro, o app permite que usuários, após fazer login com a conta do Facebook, cadastrem senhas de redes wi-fi que conhecerem. Desse modo, o Mandic Magic possui um banco de dados com senhas com cerca de 40 mil redes em todo o mundo.

"A ideia surgiu de um problema que eu tinha", diz Mandic. Após ter seu acesso à internet cortado durante uma viagem, ele pensou como seria útil ter senhas de redes próximas sem precisar pedi-las. "Agora, quando viajo, baixo todas as senhas de wi-fi daquela cidade para consultar off-line."

Disponível apenas para iOS, o aplicativo está sendo adaptado para Android. O programador Eduardo Mauro, também ex-funcionário da Mandic, foi quem pôs em códigos a ideia de Aleksandar.

"Não criamos o app para ganhar dinheiro", diz Mandic. "Mas é possível ganhar dinheiro com qualquer coisa, até com lixo. A questão é volume: se você tem uma lata de lixo ou um aterro sanitário." Por isso ele não descarta, com o crescimento do banco de senhas, criar modos de tornar o app rentável.

TRAJETÓRIA

No início dos anos 1990, Mandic era um funcionário da Siemens. Apesar de não ter formação universitária, comandava uma área em que cerca de 50 engenheiros eram subordinados a ele.

Com a operação dividida entre Belo Horizonte e São Paulo, a Siemens enfrentava um problema comum na época: viagens desnecessárias. Por vezes funcionários iam de uma cidade a outra apenas para descobrir que precisavam de algum arquivo que estava em outro computador.

Para resolver a questão, Mandic criou a BBS. Ainda como funcionário da multinacional, colocou para funcionar na casa dele, com um modem e uma linha telefônica -na época, artigo de luxo. Com capacidade ociosa, o sistema ficou à disposição para assinaturas. Ele deixar o emprego foi questão de tempo.

Mandic costuma usar uma analogia para explicar suas criações. "É como aconteceu com o Ferdinand Porsche", diz, se referindo ao fundador da marca de automóveis. "Ele não achava o carro que queria, então o criou."


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