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A vida com o Google Glass

A Folha testou uma das 2.000 unidades da versão que o Google começou a vender na semana passada

FERNANDA EZABELLA DE LOS ANGELES

"Uau!" É minha primeira reação quando a telinha do Google Glass acende em cima do meu olho direito e mostra as horas. Já quando me olho no espelho, a impressão é: "Ai...". A novidade é futurística e tem incrível potencial, mas há um quê de cafonice em andar nas ruas com um trambolho na cara.

O aparelho é uma das tecnologias mais aguardadas dos últimos anos e deve chegar ao mercado em 2014. O preço salgado e o estilo inusitado colocam em dúvida seu sucesso, sem contar as questões de privacidade.

A Folha teve acesso a uma das 2.000 unidades da versão Explorer que a empresa começou a vender na última semana pelo equivalente a R$ 3.000. Só pôde comprar quem se registrou no Google I/O 2012, evento para desenvolvedores. Ainda está em fase de experimentação, com pouca conectividade on-line.

O Glass parece um par de óculos, mas sem as lentes e com um computador acoplado com câmera, microfone, tela e uma barra sensível ao toque, que serve de navegador. O Google tem ensinado pessoalmente os novos compradores. Passei quase duas horas com dois funcionários que configuraram o aparelho e me ensinaram o be-a-bá.

Para ligá-lo, basta um gesto para trás com a cabeça ou um toque na barra. Na sequência, é só dizer o código mágico: "OK, Glass". E algumas opções surgem na tela: você gostaria de pesquisar algo, tirar uma foto ou vídeo, fazer uma ligação? Tudo é ativado por voz ou com toques. Há também um pequeno botão só para fotos e vídeos.

No começo, é tanta informação que o processo fica caótico. Cheguei a tirar fotos sem saber, a deletar outras por engano e mandar vídeos para pessoas aleatórias.

O Google domina o universo, pelo menos por enquanto. É preciso ter Gmail para a configuração, e amigos na rede social Google+ para compartilhar fotos ou vídeos. É preciso também um smartphone sempre à mão, conectado via Bluetooth, para receber e-mails e ligações.

Para quem tem celular com sistema Android (do Google), dá para mandar mensagens em texto (ditando) e usar o aplicativo de navegação GPS com comando de voz, coisas que ainda não funcionam no iPhone, da Apple.

Circular pelas ruas com o Glass chama atenção. Quando faço um vídeo ou revejo fotos ou vídeos, a pessoa à minha frente vê que algo se passa na tela, sem saber o quê. Para Eric Schmidt, presidente-executivo do conselho da empresa, a sociedade terá que desenvolver uma nova etiqueta social. "É óbvio que não é apropriado usá-lo em certas situações", diz.

Mark Hurst, da Creative Good, alerta para a quantidade dados privados aos quais o Google terá acesso. "A experiência de ser um cidadão, em público, vai mudar", diz.

Entre outros alertas, o manual informa que o Glass não deve ser usado por menores de 13 anos por "prejudicar o desenvolvimento da visão".

Há um ano a Apple ganhou a patente de dispositivo semelhante ao Glass, mas até hoje nada foi confirmado.

Já o Baidu, maior site de buscas da China, diz que trabalha em um protótipo, mas sem previsão de lançamento.

A Microsoft, apesar dos rumores de um produto para 2014, nunca confirmou nada.


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