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Apps pré-instalados em smartphones crescem no Brasil

Fabricantes e operadoras embutem nos celulares apps muitas vezes indesejados e que não são removíveis

Prática de instalar tais programas, chamados de 'bloatware', pode ganhar força com a desoneração de celular

ANDERSON N. LEONARDO DE SÃO PAULO

Cada vez mais, os smartphones brasileiros estão sendo recheados de aplicativos pré-instalados de fábrica, além daqueles comuns a seus sistemas operacionais.

Esses apps são, muitas vezes, resultados de parcerias entre fabricantes e terceiros ou operadoras.

Normalmente, eles não podem ser deletados, consumindo espaço que poderia ser utilizado para outros fins.

A inclusão dos chamados "bloatware" (software inchado) é realizada desde os PCs e tem se expandido nos últimos anos para os dispositivos móveis, principalmente para os aparelhos com o sistema operacional Android.

O novo Samsung Galaxy S 4, por exemplo, conta com o serviço de armazenamento na nuvem Dropbox, o agregador de notícias Flipboard, o site colaborativo de viagens Trip Advisor e cinco jogos.

Usuários do Windows Phone e do BlackBerry também podem ser vítimas de "bloatware". Mas, diferentemente do Android, os apps indesejados são facilmente desinstaláveis nesses sistemas.

A Apple é a única fabricante que proíbe software de terceiros em seus aparelhos.

Segundo Dario dal Piaz, diretor de ecossistema de software e aplicativos da fabricante de chips para telefones celulares Qualcomm, a pré-instalação de aplicativos em smartphones é uma tendência que agrada os consumidores no Brasil.

Uma pesquisa recente do Ibope, encomendada pela Qualcomm, mostra que os brasileiros estão dispostos a pagar até R$ 93 a mais num dispositivo móvel em troca de um pacote personalizado de apps pré-embarcados.

Dario explica que essa preferência se justifica pela falta de conhecimento de alguns usuários, consequência da adoção recente dos smartphones a seu cotidiano.

"Algumas pessoas sabem muito pouco desse mundo dos aplicativos, por isso dão valor a aparelhos pré-configurados", afirma o executivo.

Segundo o estudo, 70% dos entrevistados tinham menos de seis meses de experiência com um telefone móvel inteligente.

Mas Dario reconhece que a impossibilidade de excluir apps pré-embarcados pode frustrar o consumidor.

Com isso em mente, a Qualcomm desenvolveu uma ferramenta para facilitar aos fabricantes a pré-carga ""sem instalação"" de aplicativos em smartphones que utilizem seus chips Snapdragon.

O recurso dá ao consumidor a liberdade de escolher o que instalar durante a configuração de seu dispositivo.

O número de aplicativos pré-instalados em smartphones deve crescer mais ainda, a partir deste ano, com a isenção de impostos que o governo aprovou para os telefones móveis inteligentes.

DESONERAÇÃO

Em abril, a presidente Dilma Rousseff assinou um decreto que zera a alíquota de PIS e Cofins sobre a venda de smartphones de até R$ 1.500 fabricados no Brasil.

Esse requisito técnico já tira da lista de beneficiados pelo decreto o Galaxy S 4, cuja versão básica custa R$ 2.399.

Mas o iPhone, da Apple, também deve ficar de fora da isenção. Não só pelo preço, alto, mas também porque a medida também demanda que os smartphones saiam da fábrica com um "pacote mínimo" de aplicativos nacionais pré-embarcados.

A política que vai regular esse requisito deve ser definida em breve.


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