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Cansou

Postagens desagradáveis causam afastamento do Facebook, mas jovens contam ser difícil ficar de fora

YURI GONZAGA DE SÃO PAULO

Repetitivo, entediante, poluído com propagandas: esses são alguns dos motivos que levam os usuários mais jovens do Facebook a abandonarem, ao menos durante um tempo, a rede social.

"Desativei minha conta porque nada do que era postado lá me interessava", diz o estudante Victor Panizzi, 17. "As pessoas usam o Facebook só para demonstrar superioridade intelectual sobre os outros, em vez de compartilhar coisas sobre a vida."

Panizzi, que reativou seu cadastro no site depois de três semanas distante, diz que seu pai é um "usuário assíduo" da rede. "É claro que existe um monitoramento. Ele sempre vem me perguntar sobre as coisas que eu posto por lá. Tem que aprender a lidar."

Ele diz que o Instagram é a alternativa favorita. "É onde as pessoas podem expressar seu lado artístico. Fico surpreso com a quantidade de de conteúdo legal gerado lá."

O desenvolvedor web Gustavo Kuklinski, 22, diz que as publicações de seus contatos estavam ficando repetitivas com o tempo. "Sem contar as pessoas te bisbilhotando a cada movimento. Mal podia puxar assunto com alguém que já vinha a frase ah, tá, eu vi que você postou isso no Face'. Está se tornando o Orkut."

A rede que entusiasma Kuklinski hoje é o Google+, pela facilidade de organizar amigos em grupos "e poder ser seletivo na hora de postar". "Em privacidade, o Google+ vence o Facebook."

"O Facebook está muito diferente do que quando começou", diz a auxiliar administrativa Isis Rodrigues, 19. "Hoje em dia é muito comum [publicarem] pornografia, e eu não acho bacana."

Ainda que sobrem críticas dos mais novos, o site é considerado por alguns deles um "mal necessário", já que quase todo o mundo está lá.

"Perdia muito tempo on-line e precisava parar para estudar. Foi a única vez que desativei a conta, mas depois de algumas semanas, eu a reativei", conta a estudante Mariana Silva, 17. Isso porque perdeu "contatos importantes, como avisos de provas [da escola] que chegavam pelo grupo da minha classe."

"Às vezes penso em voltar a desativar, sim --toma muito tempo da minha vida. Mas vejo que já se tornou um vício e um que vai ser difícil de conseguir largar", diz.

Entre os aplicativos usados, o mensageiro WhatsApp foi quase uma unanimidade entre os entrevistados, mas seu uso não interfere no de redes sociais, segundo eles.

PERGUNTE-ME

Entre os adolescentes brasileiros, um serviço popular é o Ask.fm. Segundo a consultoria Hitwise, ele é mais usado que o Twitter no país.

"Nosso site é único por dar a oportunidade de fazer perguntas sem se identificar", disse o porta-voz da empresa Ross Hall em e-mail à Folha. Ele diz que houve crescimento de 80% no número de usuários brasileiros no último ano, chegando a 20 milhões. Mais de metade deles é composta por adolescentes.

Nove casos de suicídio de adolescentes foram atribuídos ao bullying que sofreram no Ask.fm, todos fora do Brasil. Para coibir as moléstias, diz Hall, o serviço dispõe de uma ferramenta de denúncia e a opção de proibir postagens de anônimos.


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