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Comparação com original é fatal a iphone da Gradiente
Por R$ 1.499, celular da empresa brasileira é bom, mas não vale preço
Com preço de aparelho médio e nome de celular caro, iphone é derrotado pelas expectativas que gera
A Gradiente conseguiu atenção, inclusive internacional, ao lançar um celular batizado de iphone (com p' minúsculo mesmo), mas, passada a fanfarra, o nome se tornou seu maior problema.
A inevitável comparação entre o produto da Apple e o da Gradiente acaba por minimizar acertos e acentuar defeitos da marca brasileira. Com o C600, que entrou em pré-venda no mesmo dia em que entraram o iPhone 5s e o iPhone 5c, não é diferente.
O maior acerto foi apostar na versão praticamente pura do Android. Se não é possível desenvolver recursos que enriqueçam o sistema (área em que até as grandes fabricantes escorregam), é melhor ficar com o original.
O problema é que nesse quesito o mercado brasileiro tem ótimas alternativas, como Nexus 4. O aparelho desenvolvido pelo Google e pela LG pode ser achado por R$ 899. O C600 custa R$ 1.499.
No design, o iphone fica bem longe do iPhone. As bordas são grossas, e seu peso deixa o uso desconfortável.
Na performance, ele se saiu bem nas tarefas básicas. Quando vários aplicativos foram sendo abertos, ele foi perdendo fôlego. A performance ficou abaixo, por exemplo, do Lumia 925 (Nokia), também de R$ 1.499.
Ainda que o brilho não tenha impressionado, a tela do C600 tem ótima resolução para a categoria de celulares grandes com dois chips. É bem superior, por exemplo, à do Gran Duos, da Samsung.
O problema é que a Gradiente parece ter se inspirado também na política de preços da Apple. O Moto G Dual, da Motorola, tem especificações superiores em quase todos os quesitos de hardware (exceto a câmera) e software e custa R$ 699. Fosse mais barato, ele faria um bom papel entre os smartphones básicos.