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Corpo estranho

'É esquisitão. Você está me filmando?' Perto de ser lançado, Google Glass ainda causa desconfiança

ALEXANDRE ORRICO DE SÃO PAULO

Quando foi anunciado, em abril de 2012, o Glass, óculos inteligente do Google, parecia ter saído direto das telas de algum filme de ficção científica --um projeto muito distante da vida real.

Hoje, quase dois anos depois de apresentado (e 11 meses após a primeira versão do dispositivo ser liberada para os primeiros usuários), o Glass mostra que de ficção não tem nada: ele já ajuda a cozinhar, traduz frases e lê notícias, além de permitir tirar fotos, fazer vídeos e até jogar games.

Se nos EUA é quase impossível andar com o Glass sem ser parado por curiosos ("O que ele faz? Dá para filmar? Dá para ver filme? Quanto custa? Tem raio-x?"), no Brasil o visual ciborgue de quem o utiliza causa mais desconfiança do que interesse.

Em meio a discussões sobre espionagem e invasão de privacidade de redes sociais e serviços de e-mail, o início das vendas do Glass, esperado para este ano, pode agravar os questionamentos modernos sobre segurança e liberdade pessoal.

Usar o Glass é ter um pequeno monitor translúcido flutuante à frente de seus olhos e uma câmera sempre pronta para registrar o que (e quem) você está olhando.

O Glass dá uma sensação de controle ao usuário. Em breve será possível até mesmo utilizar aplicativos para identificar estranhos em meio à multidão --mesmo quem não queira ser identificado ou fotografado.

"É meio esquisitão ele, né? Ele filma? Você está me filmando agora? Como sei que você está me filmando ou não?", pergunta Sinara Edwardes, 44, gerente comercial, ao ver a reportagem da Folha com o Glass em um shopping em São Paulo. "Você não tem como saber." A resposta foi recebida com uma cara de "não gostei".

Enquanto a polícia de Nova York faz testes para decidir se o departamento pode usar os óculos no combate ao crime, alguns restaurantes e bares nos EUA estão proibindo o uso do aparelho --afinal, com o Glass, basta uma piscadela do olho direito para que você bata uma foto.

"Um dos pontos mais interessantes do Glass é o fato de você poder fazer coisas que faz com um smartphone, mas com as mãos livres", diz Gary Smith, que trabalha com suporte técnico do Glass.

"A ideia é aperfeiçoar cada vez mais os comandos de movimentos dos olhos, para que o usuário tenha a opção de não usar as mãos e nem a voz para operar os óculos."


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