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Teclar demais no celular pode causar "WhatsAppinite"

Após passar seis horas enviando mensagens de texto, paciente apresentou inflamação nos dedos polegares

'Nintendinite' foi relatada por médicos na década de 1990; em 2000, surgiu a 'BlackBerry thumb'

STEFANIE SILVEIRA DE SÃO PAULO

Uma mulher de 34 anos recebeu o diagnóstico de WhatsAppinite', inflamação nos polegares e punhos pelo uso excessivo do smartphone e do aplicativo de mensagens de texto WhatsApp. O caso foi descrito na revista de medicina "The Lancet" por uma médica da Espanha.

A paciente chegou ao hospital com dores nas mãos e relatou que, na véspera de Natal, ficou trabalhando, por isso no dia seguinte passou cerca de seis horas trocando mensagens de boas festas.

O movimento contínuo e repetitivo com os polegares causou a WhatsAppinite'. O tratamento prescrito foi abstinência total do telefone, além de anti-inflamatórios.

A inflamação nos músculos da região da mão e antebraços pelo uso de dispositivos tecnológicos não é nova. Na década de 1990, médicos relataram a Nintendinite', ou Nintendo thumb', diagnosticada em usuários constantes de videogames. Nos anos 2000, veio a BlackBerry thumb' e a Tendinite de SMS', que ocorriam nos donos dos primeiros celulares.

Segundo o ortopedista Mateus Saito, do Instituto de Ortopedia e Traumatologia da USP, a WhatsAppinite' é mais comum do que se imagina e o número de pessoas atingidas cresce diariamente.

"Muitos profissionais tentam transformar o smartphone num escritório portátil, mas esses aparelhos não estão adaptados a um uso tão constante e repetido."

Saito ressalta que uma das formas de evitar problemas é utilizar smartphones e tablets para consumir informação, e não para produzir textos longos. "A interface desses aparelhos ainda precisa melhorar. Não dá para substituir um computador quando se quer saúde para as mãos."

O fisioterapeuta Rodrigo Peres diz que, para usuários constantes de dispositivos móveis, é importante fortalecer os músculos. "Exercícios localizados e fisioterapia ajudam a reduzir as dores." Outras dicas são alternar as posições de uso e usar compressas geladas para amenizar o processo inflamatório.

O ortopedista José Ribamar Moreno, especialista em dor, recomenda que, caso seja necessário teclar por mais de 45 minutos, sejam feitos intervalos de 15 minutos.


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