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Depois do prazer

Hashtag #aftersex, com 'selfies' tiradas após o sexo, faz sucesso no Instagram

ALEXANDRE ARAGÃO DE SÃO PAULO

Vadinho (José Wilker) e Dona Flor (Sônia Braga) rolam nus no chão do quarto. Corta. A cena seguinte, em que aparecem deitados na cama --enquanto Doutor Teodoro (Mauro Mendonça) se aconchega--, poderia ter desfecho diferente caso "Dona Flor e Seus Dois Maridos" (1976) acontecesse nos dias atuais.

Um dos maridos sacaria o smartphone e postaria uma "selfie" no Instagram com a hashtag #aftersex (inglês para "após o sexo").

A moda é simples, mas polêmica. Ao fazer uma busca pela tag na rede social, vê-se um festival de cabelos desgrenhados e lençóis amarfanhados, além de sorrisos de casais e --por que não?-- trios.

Há também os engraçadinhos, que postam fotos de suas mãos ou ao lado de animais. Ou os que fazem brincadeiras como a da foto acima, com bonecos.

A primeira vez em que a hashtag apareceu foi em setembro de 2013, usada por um usuário argentino. Mas o boom veio só no mês passado, quando surgiu uma fotografia do tipo com uma mulher parecida com a cantora Miley Cyrus --ela não se pronunciou sobre o assunto.

De lá para cá, cerca de 9.000 imagens foram publicadas com a hashtag. Por dia, o Instagram recebe 60 milhões de fotos. Nem todos têm coragem de se despir assim.

CORAJOSOS

"Fiquei sabendo da hashtag pelas minhas amigas de trabalho", conta a assistente jurídica Rosângela Cassiano, 36, que mora no Recife. "Até brinquei. Disse: Nesse fim de semana vou fazer uma foto dessas'." Namorando "há alguns meses", Rosângela prometeu e cumpriu.

Se privacidade não é uma preocupação de quem posta, pode ser do parceiro ou parceira. O namorado de Rosângela ficou "uma fera" quando soube da traquinagem. Ela se prontificou a deletar a foto e publicá-la novamente --dessa vez, sem #aftersex.

Quem posta também deve ficar apreensivo com a repercussão, ensina o bancário Erisvando Lima, 28, de São Paulo. Ele publicou uma "selfie" com a mulher, Astélia.

"Tomei cuidado de não postar no Facebook. Escolhi não compartilhar lá porque é uma rede mais próxima, tem familiares." A maioria que "curtiu" foi de estrangeiros que buscaram imagens marcadas com a hashtag.

"Não foi uma foto vulgar, como algumas que vimos", defende-se logo a dona de casa Gabriella Mota, 19, moradora de Trindade (GO). "Não tiramos para aparecer."

Vai ver o celular estava por perto, alguém precisava ajustar o despertador... "Ele fica do lado 24 horas por dia", argumenta Erisvando Lima.


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