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Site facilita análise de dados econômicos

Parceria entre o MIT e o Estado de Minas Gerais, DataViva tem informações de todo o Brasil em gráficos e tabelas

Utilizando somente números públicos, ferramenta tem como propósito organizar o que já está disponível

FERNANDA EZABELLA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM CAMBRIDGE (EUA)

Informações de cerca de 40 milhões de pessoas, 5.000 municípios, exportações de mais de mil produtos, 400 atividades econômicas e os salários de 600 ocupações. Tudo isso com dados de 2002 a 2012 --os números do ano passado estão sendo atualizados neste exato momento.

"É basicamente um mapa de todo o setor formal da economia do país", afirma André Barrence, diretor-presidente do Escritório de Prioridades Estratégicas do Estado de Minas Gerais.

Lançada no final de 2013, a plataforma visual on-line DataViva (dataviva.info) é uma parceria do MIT Media Lab --o laboratório de mídia do Instituto Tecnológico de Massachusetts, nos EUA-- com o governo mineiro.

O projeto levou um ano e meio para agrupar e interligar todas as informações disponíveis. Ao todo, o custo de foi de R$ 1,2 milhão.

"São dados públicos, sim, mas que geralmente ficam escondidos em planilhas ou bases desorganizadas, deixando cidadãos perdidos num grande mar de informação que faz pouco sentido", afirma Barrence.

A parceria entre o MIT Media Lab e o governo de Minas Gerais envolve o pagamento de uma taxa de US$ 200 mil por ano, que garante acesso aos estudos da instituição.

'AS PESSOAS NÃO LEEM'

O programa foi criado pelo grupo do MIT Media Lab liderado pelo pesquisador chileno César Hidalgo, doutor em física pela Universidade de Notre Dame (EUA) e entusiasta de artes gráficas. Ele foi procurado por Minas Gerais para produzir um relatório de desenvolvimento econômico, mas resolveu ir além.

"Já fiz muitos relatórios, e as pessoas não leem --acabam nas gavetas e em dois anos estão desatualizados", conta Hidalgo, que convenceu o Estado a fazer a plataforma com informações de todo o Brasil, não só mineiras.

"Queríamos lubrificar a interação social desses dados do governo", afirma o chileno. "As pessoas são muito ruins em compartilhar dados em geral. Dá trabalho e, às vezes, são usados como troca de favores", completa.

Diferentes usuários podem fazer consultas diversas na base. Investidores e profissionais liberais podem tirar proveito do sistema comparando exportações de seus produtos em regiões diferentes ou a oscilação de salários entre cidades, em mapas coloridos interativos.

Outro exemplo de uso ocorre por parte de agentes do governo. Eles podem identificar com mais facilidade áreas propícias a receber indústrias com maior potencial de crescimento.

"Em vez de ser pescadores", que jogam suas iscas e esperam o peixe vir atrás, "agora somos caçadores", que vão atrás da presa ativamente, ilustra Barrence.

"Em vez de realizarmos uma política de promoção e atração de investimento aleatória, com a plataforma identificamos oportunidades de setores e produtos que nos interessam e as regiões que já têm vantagens para fazer uma atração ativa."


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