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"Ainda me divirto muito com o jogo", afirma criador de "Tetris"

Alexey Pajitnov diz que mágica do game está na simplicidade

FERNANDA EZABELLA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Trinta anos após ter criado o "Tetris", Alexey Pajitnov diz que ainda se diverte com o jogo várias vezes por semana. "Quando é por diversão, ainda gosto de apertar botões e jogo no computador [PC]", disse Pajitnov à Folha. "Tenho uma versão em iPad que gosto também. Não sou fã das telas pequenas."

O russo de 58 anos, que se mudou para os EUA em 1991, inventou o Tetris quando trabalhava num centro de pesquisa na Academia de Ciências da União Soviética.

"Comecei a usar meu computador no meu tempo livre para fazer joguinhos. E Tetris foi um deles", contou Pajitnov, que virou o primeiro designer de jogos contratado da Microsoft, em 1996.

Seus colegas adoraram Tetris, e logo o jogo se espalhou pelo bloco soviético e ultrapassou a cortina de ferro. Hoje, o game está presente em mais de 50 plataformas, com centenas de milhares de produtos vendidos em mais de 185 países e 50 línguas.

Para Pajitnov, a mágica de "Tetris" está na simplicidade. "É fácil de entender, tem um conceito e um visual simples, e isso tudo é muito importante. As pessoas sentem que estão construindo algo, não é violento", disse.

A entrevista aconteceu durante a Imagine Cup, um torneio anual de aplicativos da Microsoft para estudantes do mundo, do qual ele foi um dos jurados. Com sotaque carregado e jeito bonachão, ele subiu ao palco para entregar o prêmio de US$ 50 mil, pelo melhor game, aos conterrâneos do estúdio Brainy.

JOGO DE COMUNISTA

Apesar do sucesso imediato, Pajitnov demorou para ganhar dinheiro com o jogo.

Como o país socialista não tinha uma política clara sobre direitos autorais e temendo represálias do governo, em 1986, ele repassou os direitos de "Tetris" durante dez anos para o centro onde trabalhava. "Na época, algumas pessoas ganharam bônus, mas eu fiquei fora, não sei como", disse, rindo.

"Depois dos dez anos, peguei os direitos de volta e desde então recebo cheques."

Se deu para ficar milionário, ele desconversa. "Estou bem. Não fiquei tão rico quanto poderia se tivesse pego a época do Game Boy. Esse sim foi um grande negócio."

Mas o russo não vive só de Tetris. Ele passou os últimos cinco anos jogando "World of Warcraft", gosta de "Bejeweled" e começou a brincar de "Candy Crush" após insistência do filho de 27 anos. Também não parou de desenvolver games, como "Pandora's Box" e "Hexic". Nenhum, no entanto, chegou perto do sucesso de "Tetris".

"Sou muito sortudo por ter criado Tetris'. Realmente trabalho duro para atingir o mesmo nível com os outros jogos, mas não funciona", disse. "Num certo momento da vida, percebi que gosto de todos os meus jogos, não importa se fazem sucesso. São como meus filhos."


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