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Análise

Projeto é um passo para o uso da tecnologia na construção civil

FERNANDO SERAPIÃO ESPECIAL PARA A FOLHA

Uma construção simples, tal como uma casa, requer centenas de componentes, industrializados ou artesanais, e depende de mais de 3.000 decisões de arquitetos, engenheiros e clientes.

O que dizer de obras mais sofisticadas, como salas de concertos ou aeroportos, nas quais apenas na fase de projetos participam centenas de profissionais?

Por outro lado, a indústria da construção civil é uma das mais atrasadas do ponto de vista tecnológico e não consegue acompanhar a velocidade dos avanços de áreas como informática ou nanotecnologia: a execução do edifício mais complexo ainda depende de mão de obra artesanal -como carpinteiros ou encanadores.

Por isso, imaginar que poderemos, em um futuro próximo, materializar uma casa com apenas um comando "print" é uma utopia.

O que o arquiteto holandês Janjaap Ruijssenaars propõe é utilizar uma impressora 3D de grande escala para fabricar um dos componentes da Landscape House. Esse componente corresponde, ao mesmo tempo, aos pisos, aos tetos e às paredes, pois o jovem projetista holandês desenhou uma casa complexa do ponto de vista espacial.

Contudo, para ficar em pé, a casa impressa vai precisar de reforço estrutural. E todos os outros componentes -vidros, janelas, pias e canos, por exemplo- não sairão da impressora.

A experiência não deixa de ser inovadora, mas, mais do que uma casa impressa, o experimento é a impressão de um grande componente que, agrupado, forma um objeto gigante -não uma casa.

Essa e outras experiências, porém, podem ajudar no avanço do uso de impressoras 3D para fabricar componentes da construção civil na escala do objeto. Refiro-me, por exemplo, aos acabamentos, como placas de revestimentos.

Caso isso ocorresse, esse mercado poderia mudar completamente no médio prazo, com a personalização e a industrialização de elementos que hoje ainda são produzidos artesanalmente.

Em uma época pautada pela exclusividade, a ideia seria revolucionária para o mercado de luxo. Poderíamos, por exemplo, ter pedaços de casas impressos sob medida ou criar tampos com o brasão da família ou com o logotipo da empresa. Mas isso não solucionará o déficit habitacional -que seria fácil de resolver caso pudéssemos apenas apertar o "print" para ter uma casa nova.


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