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Praia que conquista

Jornalista americano que não gosta de areia seguiu o conselho de uma amiga e se encantou pela Ponta do Corumbau, no extremo sul do litoral baiano

MICHAEL KEPP ESPECIAL PARA A FOLHA

Em um país com tamanha paixão pela praia, eu nado na contracorrente. Aventuro- me até onde a areia encontra a água unicamente porque minha mulher adora essa conjunção. Mas ela concor- da com meu limite, de qua-tro dias para férias desse tipo, e me deixa mapear nossos outros destinos.

No ano passado, uma amiga, cuja antipatia por praias se iguala à minha, tinha acabado de voltar da Ponta do Corumbau, na cidade do Prado, no extremo sul do litoral da Bahia, e jurou que o lugar me conquistaria.

Eu estava cético. Já tinha ido a praias baianas, desde as superlotadas Itacaré e Trancoso até a mais isolada praia do Espelho.

Todas significavam a mesma coisa: mergulhar no mar por 30 minutos de manhã cedo e no fim da tarde e passar o resto do dia assando sob um guarda-sol, com apenas uma toalha me separando de um mineral duro e abrasivo.

Mas o entusiasmo de minha amiga me deixou intrigado. E a Ponta do Corumbau é tão isolada que prometia tranquilidade.

Para chegar lá, vá de avião até Porto Seguro, alugue um carro, dirija três horas e meia para o sul pela BR-101 até Itamarajú e, de lá, mais 72 quilômetros por estrada de terra até o litoral.

Como seu nome sugere, o vilarejo se distingue por uma longa faixa de areia que avança e afina a partir da praia em um ângulo de 90º, formando uma ponta.

Esse peculiar banco de areia quebrava as ondas pequenas, deixando o mar calmo, como minha mulher gosta. Nossa pousada, a Village Jocotoka, também era paradisíaca.

Seus 20 chalés dispostos espaçadamente sob coqueiros ficavam a apenas um minuto a pé da praia, deliciosamente deserta. E os preços eram razoáveis. As outras duas pousadas vizinhas, caríssimas, eram para ricos e pareciam estar desocupadas.

A vila de 200 habitantes, que você percorre a pé em cinco minutos, também era ideal: alguns restaurantes simples, algumas quitandas para comprar frutas e doces e nem mesmo uma loja.

No primeiro dia, mergulhamos com snorkel no recife de corais, cheio de peixes coloridos, logo além do banco de areia.

No segundo dia, um índio pataxó nos levou de canoa pelo rio margeado por manguezais que serpenteia por sua reserva, que cerca a vila.

No terceiro dia, por um preço maior, mas razoável, ele nos levou de buggy até Caraíva, um vilarejo de 1.500 pessoas, a 45 minutos de distância. Esse destino, cheio de pousadas, restaurantes, lojas e turistas, é um lugar agradável para almoçar à beira-rio e agradecer a Deus que você está hospedado em outro lugar.

Passamos o quarto dia nas falésias a 16 quilômetros ao sul de nosso vilarejo.

Depois de vê-las, fomos de carro até um sítio onde nos deixaram estacionar e caminhamos em frente aos paredões de areia multicolorida. Encontramos um lugar perfeito para nos refrescar: um riacho à sombra de uma mata e que desembocava no mar.

E eu descobri por que a Ponta do Corumbau é um paraíso, nem que seja apenas por quatro dias: ela tem tranquilidade, nada para comprar e mais opções de atividades do que ficar esturricado sobre a areia.


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