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Chegar a praias intocadas exige esforço aventureiro
Quatro fotógrafos especialistas em natureza indicam seus espaços favoritos para fugir do óbvio no verão
Dificuldade de acesso é compensada pelo visual; parte dos lugares não oferece infraestrutura turística
Mar calmo, areia branca e casas de palha em uma vila de pescadores ou lagoas de águas cristalinas, rodeadas de dunas a perder de vista. É esse o cenário da praia dos seus sonhos?
A quase dois meses do verão, quando os destinos no litoral começam a lotar, a Folha ouviu os autores de três livros fotográficos dedicados às mais belas (e inacessíveis) regiões da costa brasileira. Para eles, quanto mais intocada a praia for, melhor.
Três dias, duas noites, avião, ônibus e barco. Esse foi o roteiro de viagem do fotógrafo Valdemir Cunha, que lança neste mês o livro "Brasil Litoral". Tudo isso apenas para ir de São Paulo à Ilha dos Lençóis, nas reentrâncias maranhenses, onde "ficar menos de sete dias é bobagem".
Os fotógrafos Bala Blauth e Ita Kirsch, que percorreram quase 7.000 quilômetros de litoral para registrar as paisagens de "Costa do Brasil", afirmam que as dificuldades de acesso são compensadas por cenários "de tirar o fôlego".
Já para Cristiano Burmester, a riqueza do ecossistema é o que vale a viagem. Ele foi até a Ilha de Trindade, ponto extremo do Brasil no Atlântico, para retratar a variedade biológica do litoral.
Além das paisagens estonteantes, essas regiões apresentam outros encantos.
"O mar, na verdade, é só um fio condutor. As comunidades e a cultura que estão atrás da areia são muito mais interessantes. Isso só o Brasil tem", explica Cunha, autor de "Brasil Litoral".
Com pouca estrutura, esses destinos têm vocação para o turismo sustentável. "Quando eu vou para um lugar desses, quero ver o jeito tradicional de pescar, de fazer farinha, não ver televisão", explica o fotógrafo.
Para quem não tem experiência, a dica é simples: planejamento. Veja pacotes e passeios para cinco praias de difícil acesso.
