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Turismo

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Assédio a turistas é parte do folclore local

Táxis, hotéis e restaurantes são cenários para os galanteios; mais discretas, cubanas também elogiam os estrangeiros

Contato também ajuda a incrementar renda dos moradores, que pedem gorjeta por informação fornecida

SABINE RIGHETTI DA ENVIADA ESPECIAL A HAVANA

Quem não gosta de ser assediado deve riscar Cuba do roteiro de viagens.

As mulheres que viajam sem a companhia de homens na ilha serão assediadas nos hotéis, nos táxis, nos restaurantes e nas ruas pelos homens cubanos.

Esse assédio vem de todas as formas. Os homens chamam nas ruas, fazem elogios, começam uma conversa.

Há quem convide para dançar salsa ou para apresentar locais turísticos de Cuba.

Nos restaurantes, o assédio vem até dos garçons. Em um deles, uma amiga pediu um café e a resposta do funcionário foi: "Serve eu?".

O assédio chega a ser engraçado para algumas turistas, especialmente para as europeias, que não estão acostumadas a receber muitos elogios na rua. Outras se irritam bastante.

Há cubanos que pegam pelos braços, encostam e até puxam (de leve) os cabelos.

Alguns tentam contato por meio de vários idiomas na tentativa de chamar a atenção das estrangeiras. No meu caso, os cubanos sempre arriscavam o italiano.

As cubanas não ficam para trás no assédio. Embora mais discretas, elas também elogiam os homens turistas nas ruas e, em alguns casos, aproximam-se conversando.

GORJETA

O assédio também faz parte do jeito que os cubanos ganham dinheiro no turismo.

Muitos puxam papo e fornecem informações sobre o turismo do local em busca de uma gorjeta.

É comum que cubanos indiquem um ponto turístico interessante para o visitante, ofereçam-se para acompanhá-lo até o local e, chegando no destino, pedirem uma gorjeta de cerca de cinco pesos convertíveis (uns R$ 12).

Esse dinheiro equivale a cerca de uma semana de trabalho de um cubano.

Gorjetas em sabonetes mais sofisticados ou em cremes também são bem-vindas.

Os cubanos recebem produtos de higiene pessoal do governo, mas em pouca quantidade e sem variedade.

Dei uma gorjeta de dez sabonetes e alguns cremes dentais ao taxista que me levou ao aeroporto e ele me disse em tom de agradecimento: "Isso vale mais do que uma gorjeta de dez pesos convertíveis [ou o salário de duas semanas de trabalho]".


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