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Livro conta história dos hotéis paulistanos
Pesquisadora usa acervo de imagens históricas para traçar panorama do setor desde a fundação da cidade
Até o século 19, diárias eram cobradas pelo consumo de pasto dos animais, não pelo número de hóspedes
A São Paulo dos albergues-butique e hotéis de luxo já foi uma cidade com estalagens que cobravam diárias com base no consumo de pasto dos animais de carga dos hóspedes --o viajante pagava o equivalente ao que seus burros comiam de capim.
Foi para abrigar tropeiros em trânsito que surgiram as primeiras casas de pouso, entre 1599 e 1603, na então vila.
Essa e outras histórias sobre hotéis paulistanos estão no livro "Imagens da Hotelaria na Cidade de São Paulo", da pesquisadora Sandra Trabucco Valenzuela.
"Turismo" selecionou curiosidades garimpadas nos cinco anos de pesquisa que levaram à obra.
SÓ COM INDICAÇÃO
Em 1831, as poucas pousadas da cidade são obrigadas a exigir dos hóspedes "cartas de recomendação", assinadas, por exemplo, pelo governador --para garantir a idoneidade do passante. Só a partir de 1856 alguns hotéis dispensam a exigência, como o Italia Brazil
DIFERENCIADO
Abertos em 1923, os hotéis Terminus e Esplanada, no centro, também representam um marco na hotelaria paulistana. De grande porte --o Terminus tinha 250 quartos--, foram criados para atender à elite da capital e do interior, que vinha se divertir, por exemplo, nos cinemas
TRIM-TRIM
Aberto em 1878, o Grande Hotel alterou o panorama da hotelaria na cidade: ocupava um prédio construído especificamente para abrigá-lo e destacava-se pelo luxo: tinha salões de baile, campainha para chamar os criados nos 42 quartos, salas de banho e adega; estrelas de ópera, o cônsul dos EUA e o príncipe da Prússia se hospedaram nele
SUÍTE?
Em 1884, a Companhia Telegraphos Urbanos distribuiu 22 linhas de telefone na cidade; o Hotel de França foi o único estabelecimento de hospedagem a ganhar uma. Também nessa época, hotéis como o Rotisserie Sportsman, de 1897, anunciam como diferencial banheiros privativos, raros até então. A primeira lei para hotéis em São Paulo --que exigia, "na proporção de um para cada grupo de 20 hóspedes, gabinetes sanitários e instalações para banhos"-- só foi editada em 1929
UFA!
A comissão que organizou os festejos dos 400 anos de fundação da cidade isentou de impostos hotéis abertos até 25 de janeiro de 1954, data da comemoração --caso do Claridge, inaugurado em 1951, e depois rebatizado de Cambridge (na av. Nove de Julho). Na sequência, começam a aparecer as grandes redes; a primeira unidade do Hilton foi aberta em 1971
IMAGENS DA HOTELARIA NA CIDADE DE SÃO PAULO
AUTORA Sandra Trabucco Valenzuela
EDITORA Senac São Paulo
QUANTO R$ 54,90 (240 págs.)
