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Parques com baleias estão na berlinda

Em mais uma investida contra o SeaWorld, complexo é processado por acionistas; aquários acabam com shows

SeaWorld afirma que apresentações estimulam animais e que o objetivo é educar os visitantes

DO "GUARDIAN" DE SÃO PAULO

Em agosto, a marca líder em atrações com mamíferos marinhos, SeaWorld, fez um grande anúncio. Após anos se defendendo de críticas em relação à captura de baleias e golfinhos, a empresa disse que construirá ambientes para as orcas dos parques, a fim de "fortalecer o legado como uma empresa que oferece habitats modernos e inovadores para seus animais".

É um movimento ousado. Mas é possível questionar se o projeto, previsto para abrir em 2018, será suficiente para salvar o parque.

Em 2013, a empresa esteve no centro do documentário "Blackfish", que trata da morte da treinadora de orcas Dawn Brancheau no SeaWorld da Flórida. Em agosto, as ações da marca caíram.

As más notícias continuaram nesta semana, quando acionistas entraram com um processo contra o complexo, acusando-o de terem sido enganados quanto ao impacto que o filme teve sobre a visitação nos parques.

Após 50 anos como uma das marcas mais amadas dos Estados Unidos, a maré virou contra o SeaWorld. O futuro de atrações que exibem baleias e golfinhos para o público nunca foi tão incerto.

"Estamos em um momento de reflexão", diz Naomi Rose, cientista do Animal Welfare Institute (instituto do bem-estar do animal). Ela passou cerca de 20 anos lutando pela proteção das orcas. "Eu era uma voz no deserto", diz. "Mas agora sou maioria. E o SeaWorld não entende isso."

De fato, o público vem diminuindo. Uma pesquisa divulgada em maio pelo Whale and Dolphin Conservation (conservação de baleias e golfinhos) e pelo Animal Welfare Institute, mostra que desde 2012 aumentou em 11% o número de pessoas que se opõem ao confinamento de orcas em cativeiros.

Outro estudo recente revelou que 86% dos turistas britânicos não iriam visitar um parque marinho no exterior.

Enquanto o SeaWorld diz que recebe milhares de visitantes, outros parques estão respondendo diferentemente.

Em 2012, o Aquário Nacional de Baltimore (EUA) cancelou shows com golfinhos. Agora, o aquário está pensando em criar um santuário à beira-mar. Outros estão no mesmo caminho. Em setembro, o Aquário Clearwater, na Flórida, anunciou o fim de apresentações com animais. O centro vai se concentrar em reabilitação e pesquisas.

A pressão não está vindo só do público e de ativistas. A indústria de turismo está reagindo. Neste ano, a Southwest Airlines deu fim à parceria de 25 anos que tinha com o SeaWorld. "Esse setor ter entrado nisso é algo enorme", diz Tim Zimmermann, coautor e produtor de "Blackfish".

OUTRO LADO

O SeaWorld não comenta sobre o processo dos acionistas. A empresa diz que continuará com os shows, "que são uma forma de estimular mentalmente os animais e de fazer com que eles se exercitem". "O objetivo é educar os visitantes", afirma o complexo.


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