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Capital preserva os locais de agonia e morte de Lincoln

16º presidente dos EUA levou um tiro à queima-roupa no Ford's Theatre e morreu, horas depois, na Peterson House

Poderoso símbolo político, Lincoln Memorial é visitado por quase 4 milhões de pessoas anualmente

DE WASHINGTON

É a estátua de mármore de 30 metros que contempla o National Mall -a esplanada de monumentos da capital americana- e forma uma reta com o memorial a George Washington e o prédio do Capitólio, a sede do Congresso, que mais atrai visitantes.

Com ares de templo onde frases do ex-presidente estão inscritas na parede como salmos, a escadaria grandiosa e um minúsculo museu, o Lincoln Memorial tornou-se um símbolo político poderoso.

Por ano, quase 4 milhões visitam o local inaugurado em 1922, que serviu de palco ao discurso "Eu Tenho um Sonho" (1963), de Martin Luther King Jr., e a protestos contra a Guerra do Vietnã (1955-75).

Mas a imagem esculpida por Daniel French, no edifício sóbrio de colunas dóricas desenhado por Henry Bacon, pouco revela sobre o 16º presidente americano além da devoção popular a ele.

Apesar do nome "memorial", o corpo de Abraham Lincoln, assassinado em Washington, está enterrado a 1.260 km dali, em Springfield (capital de Illinois).

TIRO NA NUCA

Quem quiser entender um pouco mais do primeiro grande assassinato político dos EUA pode se deslocar por quase três quilômetros até o Ford's Theatre e a Peterson House, na rua 10. É uma caminhada agradável pelo Mall, que segue pela esquerda na altura do Museu de História Natural.

Aposentado após ser palco do assassinato do presidente, o Ford's reabriu em 1968 e voltou a apresentar peças em "memória do amor de Lincoln às artes performáticas", explica Paul Tetreault, diretor-executivo do teatro.

Além das performances, abriga um pequeno museu com relíquias do presidente e oferece visitas guiadas (de US$ 5 a US$ 9,75), que podem ser agendadas em www.fordstheatre.org

Foi num camarote do lado direito do palco, hoje remontado com réplicas de móveis, que o ator e simpatizante confederado John Wilkes Booth aproveitou-se da saída momentânea dos guarda-costas, abriu a porta e disparou à queima-roupa, em 14 de abril de 1865, o tiro na nuca que mataria Lincoln horas depois.

Naquela noite, o presidente assistia com a mulher, Mary Todd, sua amiga Clara Harris e o major Henry Rathbone, noivo de Clara, a uma apresentação da comédia "Meu Primo Americano".

Ferido, Lincoln foi levado para uma das casas em frente ao teatro, hoje conhecida como Peterson House e transformada em museu.

Ali, circundado por assessores e oficiais atônitos e uma Mary Todd em prantos, foi tratado por um médico do Exército até morrer, na manhã do dia 15.

"Esta casa não é uma recriação, como o teatro. É original. E é provavelmente um dos lugares mais sagrados em termos de história americana", diz Tetreault, lamentando que pouco mais da metade dos 750 mil visitantes anuais do teatro atravessem a rua e conheçam a casa-museu.

Para os mais dispostos, é possível visitar a Soldier's Home, um lar de veteranos aposentados cerca de 5 km ao norte do centro de Washington, onde ficava a residência de verão que os Lincoln adotaram na Presidência.

Ali, Lincoln recebia visitas oficiais e pessoas comuns (o acesso ao presidente, na época, era praticamente livre, o que explica a relativa facilidade com que Booths agiu) e ali ele escreveu, em 1862 a Declaração de Emancipação.

O documento, seu maior legado, aboliu a escravidão nos EUA quando o país estava mergulhado na Guerra de Secessão por ela motivada.


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