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No campo do papa

O novo pontífice nasceu e cresceu em Flores, bairro de Buenos Aires pouco conhecido dos turistas brasileiros; conheça esse e outros trajetos de Francisco na capital argentina

SYLVIA COLOMBO DE BUENOS AIRES

As cidades de Wadovice (Polônia), Maktl am Inn (Alemanha) e Buenos Aires (Argentina) têm algo em comum. As três são o berço dos mais recentes papas.

Porém, ao contrário das duas anteriores, muito menores e distantes, Buenos Aires é uma metrópole velha conhecida dos brasileiros.

Principal destino turístico dos que saem do Brasil para passear, Buenos Aires também estabeleceu uma relação de necessidade com relação aos viajantes do país vizinho.

Os brasileiros correspondem a 70% dos turistas que visitam a Argentina todos os anos. De tão importante para a economia local, a própria presidente Cristina Kirchner referiu-se a esse fato em seu discurso de posse e, recentemente, na sessão de abertura das atividades do Congresso.

A Buenos Aires do novo pontífice, porém, está fora do tradicional circuito conhecido pelos brasileiros.

O novo papa cresceu no bairro central de Flores, tradicional reduto de imigrantes de classe média. Sua Buenos Aires é a dos europeus que vieram buscar chances na América desde o século 19.

Recusando-se a viver no apartamento de luxo a que teria direito na nobre calle Suipacha, no famoso bairro da Recoleta, o papa Francisco preferia dormir no edifício do arcebispado na calle Rivadavia, aí sim muito perto da movimentação turística do centro portenho.

A nomeação do papa argentino tomou Buenos Aires de surpresa, em meio a um processo de intensa transformação urbana.

Diante da explosão do mercado imobiliário, que coloca em risco o casario histórico da cidade, grupos como o Basta de Demoler conseguem pequenas vitórias para preservar velhos edifícios.

Mas o movimento não impede que a Buenos Aires do passado desapareça um pouco a cada dia, como se pode verificar, por exemplo, com o fechamento ou o abandono de cafés tradicionais, como o Richmond (que fica na calle Florida) e o El Molino (em frente ao Congresso).

Enquanto isso, bairros antes em situação de decadência, no sul da cidade, como Barracas e Boca, têm sido revitalizados pela chegada de novos empreendimentos (escolas de arte, restaurantes, hotéis, lojas) e pelos estímulos do poder municipal.

Além disso, uma capital ultramoderna mostra sua cara na turística área de Puerto Madero, com arranha-céus de escritórios e amplos apartamentos, restaurantes caros e hotéis de luxo.

Ocupado com suas inúmeras atividades no Vaticano, o pontífice portenho não estará mais andando de ônibus pelo "conurbano" (periferia), nem tomando o metrô na praça de Maio.

No entanto, os trajetos do papa Francisco por Buenos Aires entram agora para a coleção de mitos da cidade.


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