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Conservatória vai ao passado com Dolores Duran e Tom & Jerry

Serenatas são acompanhadas por um público animado e acontecem todo fim de semana nas ruas do centro

O saudosismo do local se manifesta também em réplica de extinto cinema do Rio de Janeiro da década de 70

DO ENVIADO A CONSERVATÓRIA

Passa das 23h de sexta-feira, e o público, na maioria acima de 50 anos, segue cantando pelas ruas de paralelepípedo.

Vibram ("uuh", em coro) quando um dos músicos anuncia a próxima canção, de autoria de Dolores Duran (1930-1959).

A serenata continua noite adentro em Conservatória. Às vezes, a cantoria é interrompida por um vozeirão, de quem resolve declamar um poema de Cecília Meireles (1901-1964).

Logo é meia-noite, mas os bares, os restaurantes e as lojas do centrinho (composto por três ruas, a que vai, a que volta e a do meio, que corta as duas) continuam abertos, sem pressa para fechar.

Quem para em um dos locais é para jantar, beber uma cerveja ou comprar um suvenir -camisetas com frases do tipo "quem bebe vive menos... menos triste, menos revoltado", tapete e rede artesanais, doce de leite, salame.

A cantoria (em ambientes fechados, é chamada de seresta) começa por volta das 21h em uma sala da Casa de Cultura. É só chegar -não tem erro, "é ali depois da praça, ao lado do prédio dos Correios"-, subir as escadas e procurar uma cadeira.

Se notar que a cidade está cheia de turistas (pousadas lotadas ou vários ônibus parados nas proximidades da rodoviária), é melhor chegar cedo, pois o encontro costuma encher.

E é assim toda sexta e todo sábado.

TODA CASA, UMA CANÇÃO

Conservatória é tão ligada à música que, no alto de muitas fachadas, há uma plaquinha de inox com o nome de uma música brasileira e seu compositor.

O movimento "Conservatória, em toda casa, uma canção" teve início em 1960. Com os irmãos José Borges de Freitas e Joubert Cortines de Freitas à frente da iniciativa, foram colocadas inicialmente dez placas, que faziam referência às músicas mais tocadas nas serestas.

A causa ganhou a simpatia dos moradores e cresceu. Hoje as placas estão em mais de 200 locais.

DISCO VOADOR

De Conservatória, pegando a estrada sentido Minas, chega-se ao acostamento do pico da serra da Beleza.

É um mirante bem simples, situado num ponto alto da pista. A visão é uma cordilheira verde que se estende pelo horizonte, de onde é possível avistar o Estado de Minas Gerais. Dizem que o local é propício para a observação de discos voadores.

Entre o centro e o local está a ponte dos Arcos, construída por escravos com as pedras resultantes da escavação do túnel que Chora (do século 18, dá acesso à cidade no sentido oposto). No alto da ponte, passava a estrada de ferro ligando Rio e Minas.

Ainda no saudosismo, Conservatória abriga uma minirréplica do cine Metro-Tijuca (0/xx/21/9997-6223; é preciso agendar visita para grupos), cinema fechado no Rio em 1976.

Tudo é original. O espaço, quando aberto ao público exibe uma espécie de pot-pourri de clássicos como Ben Hur e Tom & Jerry.


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