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Peças e acessórios

Híbrido de baixo custo troca baterias por cilindro de ar

JOSIAS SILVEIRA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A PSA (Peugeot-Citroën) acha que teve uma ideia simples para baratear o preço dos carros híbridos: desenvolveu uma tecnologia que recupera a energia perdida em desacelerações e frenagens e as armazena em cilindros de ar, não em caras baterias de íons de lítio, como nos modelos convencionais.

Assim, um carro equipado com motor 1.2 pode rodar cerca de 34 km com apenas um litro de gasolina.

Segundo Karim Mokadden, engenheiro-chefe do projeto Hybrid Air, essa é uma inovação de ruptura, que pode mudar o conceito de transporte.

"Parece ousado, mas a meta é chegar aos 50 km/litro até 2020", revela.

No início, quando Karim propôs o desenvolvimento de um híbrido popular, foi desencorajado pela própria equipe. Agora, Karim promete um protótipo rodando no Brasil no próximo ano.

Em São Paulo, o sistema foi apresentado em um Citroën C3, exatamente o carro de entrada do grupo no país. O Hybrid Air aumentaria de 10% a 15% o custo de fabricação de um carro, de acordo com a PSA, que desenvolve o projeto em parceria com a Bosch.

COMO FUNCIONA

Se a ideia parece simples, a execução é bastante complicada e depende de um sofisticado gerenciamento eletrônico: cada vez que se freia ou se tira o pé do acelerador, o ar é comprimido para um cilindro no túnel central do carro. Este ar sob pressão depois é usado para mover o veículo ou como um "boost", força extra em acelerações.

Para que o sistema funcione, existem dois cilindros: um para armazenar o ar sob pressão e outro de fluido hidráulico, que serve de "mola" do Hybrid Air.

Segundo a empresa francesa, em cerca de 10 segundos de desaceleração ou frenagem o cilindro de ar se recarrega completamente. E com esta "carga" o carro pode rodar até 200 metros sem usar um pingo de gasolina e chegar aos 70 km/h.

Para que o ar comprimido se torne o propulsor do carro existem duas bombas hidráulicas entre o motor e o cambio automático.

Estas bombas impulsionam o veículo, inclusive quando o motor a gasolina é desligado eletronicamente.

As bombas também recarregam o cilindro de ar nas desacelerações e frenagens, situação mais comum no trânsito urbano.

Desta forma, pode-se rodar de três maneiras diferentes: só com ar até os 70 km/h, só com gasolina ou ainda no ciclo combinado, para aumentar a potência em arrancadas e situações de ultrapassagem.

O propulsor utilizado neste C3 é um 1.2 de três cilindros, que poderia ser facilmente adaptado para "beber" etanol também.

A escolha de um motor compacto deve-se exatamente por ele ser mais leve, econômico e menos poluente.

Falta ainda o desenvolvimento de componentes para produção em larga escala, além de uma geração de veículos já próprios para receberem a transmissão específica e os cilindros de alta pressão, que precisam ser acomodados em local protegido e que não roube tanto espaço da cabine ou do porta-malas.


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