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Consumidor é atraído por taxas menores e prazos mais longos

Estratégia dos bancos de montadoras surte efeito e eleva número de financiamentos de carros

Fabricantes subsidiam juros para garantir venda de veículos e reduzir estoques nos pátios das empresas

GILMARA SANTOS DE SÃO PAULO

Taxas mais baixas e prazo mais longo. Foi a combinação desses fatores que levou a enfermeira Avani Arandas, 33, a trocar o seu Fiat Palio 2006 por um Chevrolet Cobalt 2014.

"Desde abril estava interessada, mas só agora a parcela coube no meu orçamento", diz Avani. É a primeira vez que ela compra um veículo zero-quilômetro.

A taxa que atraiu a enfermeira, de 0,62% ao mês, foi oferecida pelo banco da própria fabricante do veículo, que concedeu prazo de 48 meses para o pagamento e entrada de R$ 14 mil, o equivalente a 30% do valor do bem, adquirido por R$ 44 mil.

Com isso, ela pagará parcelas de R$ 739 e, no fim do contrato, terá desembolsado R$ 5.472 de juros. No banco em que ela tem conta, o mesmo financiamento contaria com parcela maior (R$ 880). No fim do plano o desembolso extra seria de R$ 6.768.

É de olho neste público-- que quer trocar de carro, mas que depende de um empurrãozinho financeiro-- que os bancos de montadoras estão pautando suas ações. Para atrair clientes e evitar que os veículos fiquem nos pátios aumentando estoques, vale tudo. Juro zero, parcelamento de acessórios e serviços, redução das parcelas e prazo, muito prazo.

O fato é que a venda de veículos novos apresentou retração de 3,3% em outubro na comparação com o mesmo mês do ano passado. Isso é reflexo também da liberação de crédito mais restrita pelos bancos, que viram a taxa média de inadimplência saltar de 2,5% em 2010 para 5,3% em 2012.

O saldo total da carteira de veículos em setembro foi de R$ 231 bilhões, considerando financiamento e leasing para empresas e pessoas físicas, 4,6% menor que no mesmo período no ano passado, segundo dados da Anef (Associação Nacional das Empresas Financeiras de Montadoras).

Diante do cenário de crédito escasso, os bancos de montadoras passaram a assumir o papel de colocar mais dinheiro no mercado.

Até outubro, o banco Volkswagen registrou alta de 4% no número de contratos. Situação semelhante é observada no RCI Brasil, da Renault, com elevação de 9%.

CUIDADOS

As taxas mais atraentes e os prazos mais longos são chamarizes para quem quer comprar ou trocar de carro. Mas como em qualquer transação financeira, é necessária cautela antes de entrar no parcelamento.

Samy Dana, colunista da Folha e professor da FGV (Fundação Getulio Vargas), alerta que, além da prestação, o comprador terá de arcar com imposto, seguro, manutenção, combustível, estacionamento, entre outros itens, que, somados, podem ter peso significativo no orçamento. Ele estima que um carro de R$ 30 mil gere despesa de utilização de R$ 18 mil em um ano.


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