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Presente e futuro
Nissan promove teste de van elétrica no Brasil, mas modelo que deve chegar às lojas terá motor a combustão
O futuro dos carros com propulsão alternativa no Brasil permanece indefinido. Ainda sem incentivos fiscais, a inserção desses modelos no mercado nacional ainda depende de iniciativas isoladas. Apesar disso, a japonesa Nissan trouxe uma unidade da van elétrica e-NV200 para circular pelo país.
Mas há outros planos por trás dessa iniciativa. A marca planeja comercializar no Brasil a versão convencional desse modelo (com motor a diesel ou flex), conforme a Folha antecipou em novembro. O veículo deverá vir do México para ser uma alternativa aos órfãos da VW Kombi.
Mostrar a versão elétrica é uma forma de apresentar o carro ao público. Fruto de uma parceria entre a fabricante e a empresa de logística norte-americana FedEx, a e-NV200 avaliada faz parte de uma frota de quatro exemplares que serão testados em diversos países.
LAÇOS DE FAMÍLIA
Há semelhanças entre a van e o Leaf, o elétrico mais bem-sucedido da Nissan --os carros compartilham motor e baterias. A potência é de 80 kW, equivalente a 108 cv.
A reportagem pôde andar com o modelo em uma área fechada no estacionamento do estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. Foi possível notar algumas características interessantes, a começar pelo desenho. Mesmo sendo um veículo com pretensões comerciais, o visual da e-NV200 é agradável.
O painel digital tem fácil leitura. Diante dele, o motorista viaja em posição elevada, guiando por meio de um volante mais horizontal do que o de um carro de passeio.
O carro acelera com disposição incomum no segmento, pois os elétricos têm torque imediato. Em movimento, tudo o que se ouve é um leve zumbido conforme o carro é mais exigido.
DISTANTE DO MERCADO
Não foi possível atingir velocidades elevadas, porém a suspensão pareceu bem calibrada, evitando que o carro inclinasse nas curvas.
Ao final desse breve contato, resta lamentar a distância que separa a e-NV200 do mercado brasileiro. O carro seria uma solução logística interessante, já que o custo de operação com eletricidade é inferior ao de um modelo a combustão.
A questão ambiental é ainda mais relevante, pois sua vocação urbana ajudaria a poluir menos justamente onde há mais poluição. Porém, apenas versões com motor a combustão têm chances de chegar ao Brasil em um período inferior a dois anos.