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Rota alternativa
Terceiro modelo "de família" da Porsche, utilitário esportivo Macan anda (quase) tão bem quanto os cupês da marca, mas vai cobrar caro por isso
Assim que as primeiras unidades do Macan saíram da linha de montagem em Leipzig (Alemanha), o grupo de jornalistas que assistia ao "parto" tecia comentários de todos os tipos.
Os puristas não se conformavam com o fato de a Porsche lançar outro carro "família" --antes vieram o Cayenne e o Panamera. Agora é a vez de um SUV com porte similar ao do Range Rover Evoque (a partir de R$ 179,5 mil).
A maioria dos presentes, porém, estava mais preocupada em pegar logo a senha para guiar o carro, rotulado de o "mais esportivo entre os SUVs urbanos".
Esse segmento é um dos que mais crescem no mundo: 185% de 2007 para cá, e com perspectiva de chegar ao patamar de 1,8 milhão de unidades até a próxima década.
"Para serem rentáveis, marcas premium precisam também de escala de produção. Não dá para viver só de cupês superesportivos", justifica Matthias Müller, presidente mundial da Porsche.
O plano inicial é que o SUV aumente em 30% as vendas da empresa, sem destronar o "irmão maior" Cayenne, que teve 84 mil unidades emplacadas ao redor do mundo em 2013 --a metade de toda a produção da marca.
NERVOSO
Antes de levar o Macan para a pista, uma volta ao redor do novo modelo revela que não há economia no acabamento nem na lista de equipamentos de segurança e conforto. Até o teto da cabine é revestido de couro, e há duas opções de motorização V6, ambas biturbo.
Um ponto negativo é o espaço para as pernas dos passageiros traseiros, que sofrem com o túnel da tração integral na área central. Já o motorista não terá do que reclamar. Seu banco pode contar com ventilação interna e comandos elétricos para ajustar até as dimensões do assento.
O volante é bastante vertical, e o painel, repleto de botões, permite configurar os parâmetros do chassi e do conjunto motriz, como no 911.
Apesar dos 400 cv (o Evoque tem 240 cv), a versão topo de linha do Macan é relativamente silenciosa. Com os vidros fechados, mal se escuta o câmbio de dupla embreagem (sete marchas) trabalhar.
Graças a amortecedores eletrônicos e controles de estabilidade, esse Porsche faz curvas rápidas sem quase inclinar a carroceria. Nem parece que se está a bordo de um automóvel de teto alto.
Tudo isso tem um custo. No Brasil, onde o Porsche Macan promete chegar repleto de opcionais desde a configuração de entrada (340 cv), a expectativa é que o preço comece em R$ 350 mil.
Achou caro? Os europeus também tomaram um susto com os valores sugeridos por lá. Mas uma configuração mais "acessível", com motor de quatro cilindros (2.0 turbo) e menos recheio, está a caminho. Deve estrear na China ainda este ano.