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Especial mobilidade
Sobre rodas
Cadeirante, colunista da Folha avaliou seis carros adaptados para pessoas com deficiência
A escolha de um carro ideal para pessoas com deficiência leva em conta detalhes que podem passar despercebidos --ou não serem considerados relevantes-- para os consumidores tradicionais.
É preciso pensar que o automóvel talvez tenha de transportar uma cadeira de rodas em seu porta-malas, que o motorista poderá ter restrições de movimentos nas mãos ou ainda que manobras imprecisas trarão risco de desequilíbrio quem tem menor domínio do tronco.
Com esse olhar mais atento, a Folha testou seis modelos de carros entre compactos, minivans e sedãs. A perspectiva empregada foi a da pessoa com deficiência como motorista.
Todos os automóveis tinham câmbio automático e usaram adaptações de freio e acelerador manuais da empresa Cavenaghi.
O equipamento trazia uma alavanca do lado esquerdo que, conectada aos pedais, possibilitava que o carro fosse acelerado e freado com movimentos para frente e para trás. Havia também uma esfera no volante, que facilitava as manobras de estacionamento.
Como era esperado, os sedãs médios Honda Civic, Toyota Corolla e Renault Fluence destacaram-se pelo conforto, complementado por um acabamento bem cuidado. As versões mais em conta com câmbio automático beiram os R$ 70 mil, valor limite para obtenção de isenções fiscais.
No comparativo entre os três, o Civic leva vantagem. O carro passa sensações de segurança e de precisão que são fundamentais para que quem tem algum comprometimento físico possa dirigir com tranquilidade e presteza.
Ganha do Fluence no desempenho em rampas, sem trancos, e supera o Corolla por um item de comodidade em sua versão de entrada: o piloto automático, fundamental para quem usa o braço para segurar o acelerador, principalmente na estrada.
O Renault, que ainda não é muito conhecido no segmento "cadeirantes", vai bem no conforto interno, mas peca por ter a entrada do porta-malas mais estreita que os outros dois rivais e dispor de botões de comando do painel muito pequenos, o que prejudica quem tem movimentos mas rústicos nos dedos, como tetraplégicos.