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Farol alto

Sonho americano, versão dublada

Para as gigantes dos EUA, o Brasil deixou de ser receptor de projetos estrangeiros para virar desenvolvedor

Nos anos 1990, logo após a reabertura das importações, alguns empresários aventuram-se em trazer marcas que só eram fortes no mercado dos Estados Unidos, como a extinta Saturn, que pertencia à General Motors. Não deu certo.

O fracasso poderia ser previsto, pois havia tempos o brasileiro não sonhava em ter um carro de passeio essencialmente norte-americano. É assim desde a grande crise do petróleo, nos anos 1970, quando galipões como Dodge Dart e Ford Galaxie perderam espaço para veículos menores, mais econômicos.

As fabricantes cujas matrizes ficavam nos EUA não tinham mais o objetivo de produzir suas barcaças em nosso país. O foco nas décadas seguintes esteve nos modelos desenvolvidos por suas filiais europeias --exceto picapes.

Agora, o caminho se inverte. Para as gigantes norte-americanas, o Brasil trocou o papel de receptor de projetos estrangeiros pelo de desenvolvedor. É a versão dublada do sonho americano.

Duas provas dessa nova realidade foram recentemente anunciadas.

A primeira é o Ford Ka 2015, que dos antigos só preserva o nome. O original era tipicamente europeu; o segundo, um arremedo local. O novo foi projetado no Brasil e irá para mercados com características semelhantes às nossas.

A GM não apresentou um carro, mas assinou o cheque de R$ 6,5 bilhões que resultará em novos produtos até 2018 --pode incluir aí um novo popular e um utilitário compacto, que já nascerão com o passaporte carimbado para terras estrangeiras.

São boas notícias em um ambiente nebuloso devido à queda nas vendas, pois o fortalecimento dos departamentos locais de engenharia e design mostra como a indústria automotiva planeja o longo prazo, com olhos para além das crises.

Mas seriam ainda melhores se o Brasil tivesse condições de competir globalmente como exportador, aplacando os efeitos da queda na produção por falta de demanda interna.


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