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Compartilhar nem sempre é a solução

Renault Sandero e Nissan March vão na contramão da tendência de dividir plataformas para economizar custos

Modelo francês é superior ao rival em espaço interno e dirigibilidade; March foi mais rápido

RODRIGO MORA DE SÃO PAULO

A exigência cada vez mais intensa por economia de escala torna o compartilhamento de plataformas entre as marcas, hábito já praticado há décadas, obrigatório no cenário atual da indústria automotiva.

Há casos como o da Autolatina, fusão entre Volkswagen e Ford que durou entre 1990 e 1996 e criou modelos como o Ford Versailles (irmão de plataforma do Santana), além de Logus, Pointer e Apolo, que compartilhavam a mesma base com os modelos Verona e Escort.

Atualmente, há diversos exemplos de carros com a mesma alma em corpos diferentes, como Peugeot 408 e Citroën C4 Lounge, Kia Sportage e Hyundai iX35 ou Subaru BRZ e Toyota GT-86.

Mas nem sempre marcas de um mesmo grupo dividem componentes. É o caso de Renault e Nissan: Sandero e March, respectivamente, teriam tudo para ser o mesmo carro, mas não são.

A arquitetura do modelo de ascendência japonesa, batizada de V (de versátil), começou a ser desenvolvida em 2004, enquanto a do modelo francês é chamada B0.

OITO OU DEZESSEIS

Os motores de 1,6 litro são diferentes: o do Renault tem cabeçote de oito válvulas, enquanto o do Nissan é 16V. E cada um tem câmbio próprio.

Os resultados são dois carros de comportamentos distintos. Leve e com relação de marchas mais curta, o March foi cerca de 2s mais rápido que o Sandero quando equipados com motor 1.0 -esse sim um denominador comum entre os compactos.

O modelo da Nissan foi mais econômico na cidade, perdendo para o Renault no ciclo rodoviário.

Os desempenhos distantes também levam a diferenças na experiência ao volante.

O March é mais esperto, com respostas da direção rápidas e suspensão que transmite mais fielmente o que se passa no solo. Isso, no entanto, não o faz um carro esportivo. Essa inquietação se traduz em tensão.

O Sandero tem rodar suave e engates de marcha mais tranquilos -os do March são ásperos e imprecisos. A suspensão do Renault trata bem os ocupantes.

MEDIDAS FARTAS

As medidas mais fartas do Sandero naturalmente se refletem em conforto na cabine. A posição de guiar é ergonômica e os bancos acolhem melhor os ocupantes dianteiros (sobretudo suas pernas). A sensação é de um interior mais bem acertado, apesar de tão espartano quanto o do concorrente.

Há boas soluções no March, como o volante de diâmetro menor e de melhor pegada, além de um painel mais apresentável.

Contudo, o compacto da Nissan incomoda os ocupantes dianteiros com um banco de assento curto, enquanto os de trás têm de lidar com limitações para as pernas.

O que garante a superioridade do Sandero é ter uma vocação. Embora esteja atrasado em relação a rivais que oferecem níveis mais elevados de acabamento e dirigibilidade ou motores mais modernos, o Renault é referência em espaço a baixo custo.

O March é um bom carro, mas ainda lhe falta ser o melhor em alguma coisa.


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