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MV Agusta Brutale 1090 nasceu para as estradas
Curta e musculosa, motocicleta italiana tem condução comprometida em trechos urbanos
Criada para as pistas em 1945, a MV Agusta posicionou-se como uma grife italiana de motocicletas esportivas de fabricação artesanal. No Brasil, a marca vem crescendo desde meados do ano passado, quando começou a montar alguns de seus modelos em Manaus (AM), em parceria com a Dafra.
Boa parte do sucesso vem das opções de entrada, como a Brutale 1090 R. Trata-se de uma esportiva disfarçada de naked (sem carenagem).
A motocicleta traz requintes como controle de tração, amortecedor de direção (reduz vibrações no guidão), retrovisores com luzes de seta e iluminação por lâmpadas de LED.
PONTOS FORTES
O visual da MV Agusta Brutale mudou pouco desde o lançamento, em 2006, mas continua atual e amparado por um acabamento caprichado, com destaque para o quadro de liga leve soldado a mão.
O desempenho é outro ponto forte do modelo, fiel às origens de corrida da marca.
O preço acompanha a fama: começa em R$ 52 mil (1090 R) e chega a R$ 60 mil na versão avaliada (RR), que traz mudanças estéticas.
A rival mais próxima é a Kawasaki Z1000 (R$ 47 mil), seguida da Triumph Speed Triple (R$ 42,9 mil) e da Honda CB 1000 R (R$ 37.8 mil).
Com motor de quatro cilindros (144 cv), a Brutale faz jus ao nome: é brutal.
Curta, "musculosa" e acostumada a boas estradas, essa MV Agusta sofre na cidade. A moto esterça pouco e "reclama" com engasgos quando é obrigada a manter o motor em giros baixos. E, embora se mostre esguia nos corredores de carros, esquenta um pouco as pernas do piloto.
Entretanto, no seu ambiente natural, como pistas planas e bem asfaltadas, a ciclística é invejável. A Brutale foi precisa em velocidades elevadas e estável em curvas.
O conjunto de suspensões ajuda. Há garfos invertidos Marzocchi na dianteira e amortecedor traseiro Sachs -ambos ajustáveis em carga.
Mesmo com embreagem hidráulica, o manete é firme, com o engate preciso das seis marchas.
Os freios Brembo são eficientes, mas não há ABS nem como opcional, exigindo perícia do piloto.
A moto acelera rápido e, segundo a marca, a velocidade máxima é de 265 km/h.
O desenho do guidão e o banco baixo (803 mm) conferem uma posição de guiar confortável para o piloto.
O painel deixa a desejar: é difícil de operar, destoa do visual moderno da moto e não informa o consumo de gasolina -apenas a autonomia. Um modelo dessa estirpe merecia solução melhor.