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22/06/2010 - 18h20

Lula diz que siderúrgica da Vale vai mudar "história industrial" do Pará

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FÁBIO AMATO
ENVIADO ESPECIAL A MARABÁ (PA)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira em evento que marcou o início das obras de construção da Alpa (Aços Laminados do Pará), em Marabá, que o empreendimento vai ser um divisor de águas para a indústria do Estado. O investimento é da Vale do Rio Doce.

"O que nós estamos fazendo aqui hoje é o começo da mudança da história industrial do Estado do Pará. Vocês mais jovens haverão de dividir a história do Pará entre antes do dia 22 de junho de 2010 e depois", disse o presidente, ao lado da governadora do Estado, Ana Júlia Carepa (PT), e do presidente da Vale, Roger Agnelli.

De acordo com o presidente, 16 mil empregos serão criados durante a construção da siderúrgica, que deve começar a produzir em 2013. Depois, serão outros 5 mil empregos diretos na empresa. O investimento da Vale na Alpa é de cerca de R$ 5,8 bilhões.

Lula anunciou investimentos em infraestrutura, entre eles uma ferrovia e uma hidrovia, para permitir o escoamento da produção da Alpa. Disse ainda que a implantação da unidade deverá trazer novos investimentos para a região de Marabá.

"Por detrás de uma fábrica dessa deve se desenvolver um polo metal-mecânico. Outras indústrias virão para cá. E daqui a 10 ou 15 anos, quando eu estiver bem velhinho e vier aqui já gaguejando, vocês juventude vão estar trabalhando numa fábrica que nós estamos anunciando hoje."

O presidente, que por diversas vezes já cobrou publicamente que a Vale invista na produção de bens de alto valor agregado ao invés de apenas exportar matéria-prima, disse que a empresa vem atingindo esse objetivo 'aos poucos.'

"Aos poucos, a Vale do Rio Doce e o Estado do Pará não estão numa relação apenas de exportar minério para o chinês produzir brinquedo para vender para nós. Agora a gente quer produzir material de valor agregado aqui no Estado do Pará, ao invés de exportar apenas minério. Exportar aço pronto para outras partes do Brasil e do mundo."

O presidente da Vale, Roger Agnelli, disse que a obra vai trazer empregos e ajudará a melhorar a condição de vida dos moradores da região devido aos investimentos em infraestrutura prometidos pela prefeitura, Estado e governo federal.

Ele ainda atribuiu a decisão da empresa de levar a unidade para Marabá à 'insistência' de Lula e de Carepa.

"É mais um projeto de siderurgia que a Vale está tocando no Brasil, mas acho que esse projeto tem a sua marca [de Lula], a marca da governadora Ana Júlia, que tanto insistiu, tanto batalhou para nos ajudar a viabilizar esse projeto."

A governadora comparou os benefícios da instalação da Alpa em Marabá aos vistos após a construção da unidade da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) no Rio de Janeiro, na década de 1940.

Carepa ainda afirmou que o governo vai se esforçar para que todos os empregos criados pela Alpa sejam destinados a paraenses. De acordo com ela, a empresa vai exigir que os candidatos comprovem residência no Estado há pelo menos dois anos para terem direito à vaga.

Durante seu discurso, o presidente Lula chegou a brincar com as pessoas que faziam protesto no local, em especial contra o prefeito de Marabá, Maurino Magalhães de Lima (PR).

O presidente disse que o evento havia se tornado uma 'zorra total.' Chegou a pedir que os manifestantes baixassem as faixas para que ele pudesse 'ver a cara das pessoas que vieram me ver' e pediu às pessoas que prestassem atenção aos discursos para que depois pudessem discutir o que foi dito com amigos ou então comparassem as informações com o que seria depois divulgado pela imprensa.

 

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