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Volume financeiro de fusões e aquisições sobe 51,3% no Brasil
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DA REUTERS
O volume financeiro envolvido em anúncios de fusões e aquisições com empresas brasileiras totalizou quase US$ 44,2 bilhões entre janeiro e junho, um crescimento de 51,3% em relação à primeira metade de 2009, segundo um levantamento da Thomson Reuters.
No entanto, se consideradas as operações concluídas no semestre, o volume envolvido somou bem menos, US$ 20,1 bilhões de dólares, uma queda de 48,2%, embora o número de transações finalizadas tenha subido para 176, de 154.
A quantidade de anúncios de transações nos seis meses até junho subiu para 268, contra 208 um ano antes. O aumento dos anúncios seguiu a tendência de aquecimento no setor de fusões e aquisições observado nos mercados emergentes, responsáveis por 32% do US$ 1,1 trilhão do volume global de transações no primeiro semestre, uma expansão de 9,4% na comparação anual.
De acordo com o chefe da área de banco de investimentos do BTG Pactual, Guilherme Paes, o ritmo de fusões e aquisições no Brasil foi patrocinado pelo processo de consolidação em setores como os de açúcar e álcool, petróleo e gás e imobiliário.
"Tem empresas desses setores que estão bastante capitalizadas ou que tiveram apoio financeiro de bancos, incluindo o BNDES, o que facilitou esse movimento", disse o executivo.
Segundo ele, de certa forma a turbulência dos mercados internacionais está servindo como um motivador para o segmento. Se por um lado a instabilidade compromete a obtenção de recursos no mercado para investimentos de longo prazo, de outro grandes grupos com boa posição financeira estariam aproveitando para adquirir fatias de mercado, muitas vezes associando-se justamente a empresas mais enfraquecidas.
"Tem muita gente querendo marcar posição em setores como o de petróleo, no qual o Brasil virou uma vitrine", afirmou Paes.
Uma das fontes de captação de recursos para financiar compras de empresas foi o mercado de capitais, via ações e outros instrumentos, segundo o executivo do BTG Pactual.
A análise ilustra uma evolução apontada em outro levantamento da Thomson Reuters, mostrando que o movimento financeiro com ofertas de ações por companhias da América Latina entre janeiro e junho disparou 89,5% sobre igual período de 2009, para US$ 12 bilhões.
O carro-chefe na região foi de ofertas secundárias, que deram um salto de 242,4%, para US$ 6,8 bilhões, enquanto as ofertas iniciais (IPO, na sigla em inglês) cresceram apenas 2,6%, para US$ 4,4 bilhões.
"O mercado de 'equities' ficou mais seletivo, mas está aberto para boas empresas", disse Paes. Segundo ele, devido à escassez de recursos para novos investimentos no exterior, muitas empresas preferiram esperar até que Banco do Brasil e Petrobras concluam suas operações antes de testar o apetite de investidores.
O BB anunciou na quarta-feira que sua oferta primária e secundária de ações totalizou R$ 9,76 bilhões. A Petrobras deve realizar até setembro uma oferta primária de dezenas de bilhões de dólares.
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