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16/06/2010 - 22h50

Violência diminui no Quirguistão e começa a chegar a ajuda humanitária

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COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Após dias de confrontos étnicos e ao menos 187 mortos e 2.000 feridos, a violência começa a diminuir no Quirguistão, ex-república soviética da Ásia Central. A Cruz Vermelha indica que há centenas de mortos, e que os números podem ser muito maiores do que os oficiais divulgados até agora.

A presidente interina Rosa Otunbaieva também admitiu que a cifra deve aumentar. Como explicou a presidente interina, na tradição local, o povo enterra os corpos imediatamente após a morte, sem levá-los ao hospital para que as causas da morte sejam apuradas.

Os confrontos entre membros de etnia quirguiz contra os de etnia uzbeque começaram na quinta-feira passada (10), concentrando-se no sul do Quirguistão, nas cidades de Och e Jalalabad. Foi a pior onda de violência no país em 20 anos.

Tropas do Quirguistão patrulhavam nesta quarta-feira as ruas de Och, para manter uma frágil paz entre os grupos étnicos depois de dias de violentos confrontos que forçaram dezenas de milhares de pessoas a fugir.

A Rússia e o Ocidente temem que a violência acabe provocando um vazio de poder, que milícias islâmicas e grupos de crime organizado poderiam aproveitar para atuar.

A violência diminuiu nos últimos dias, mas se espera que um referendo constitucional programado para a próxima semana reacenda as tensões.

O Grupo Crise Internacional exortou o governo interino a pedir ajuda da comunidade internacional, por meio do Conselho de Segurança da Organização da ONU (Organização das Nações Unidas), para garantir a proteção da população.

O governo interino pediu para que a Rússia enviasse tropas para conter a violência. Quando quirguizes e uzbeques se enfrentaram em 1990, antes do colapso da União Soviética, o então líder do Kremlin, Mikhail Gorbachov, enviou tropas para deter a matança.

A Rússia indicou, no entanto, que não planeja enviar forças de paz fora do marco da Organização do Tratado de Segurança Coletiva, um grupo de repúblicas ex-soviéticas liderado por Moscou.

Ajuda humanitária

A ajuda humanitária internacional começou a chegar nesta quarta-feira aos refugiados de etnia uzbeque no Quirguistão, que fugiram após uma onda de violência étnica no sul do país. A situação pode virar uma catástrofe, alerta a ONU (Organização das Nações Unidas).

Milhares de uzbeques se aglomeravam na fronteira com o Uzbequistão, que restringiu o acesso a seu território após os confrontos. Principalmente mulheres e crianças estavam ao redor de uma ponte que une os dois países, fechado com grandes blocos de cimento e alambrados, a 5 km de Och, segunda maior cidade do país e foco dos confrontos que começaram na sexta-feira passada (11).

O Uzbequistão, que recebeu mais de 100 mil refugiados após os enfrentamentos, agora só aceita feridos. Cerca de 275 mil pessoas no total estariam deslocadas, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha classificou como "imensa" a crise humanitária no país.

Um primeiro avião com ajuda humanitária chegou hoje a Andijan, no leste do Uzbequistão, com 800 barracas da Acnur, segundo um responsável uzbeque para Situações de Emergência.

Outro avião chegou mais tarde, e faz parte de um grupo de seis aeronaves trazendo 240 toneladas de ajuda até o fim de semana, segundo o Acnur.

O Ministério russo de Situações de Emergência enviou ao Quirguistão hoje três aviões com itens de sobrevivência.

Armação

Oficiais das Nações Unidas e o governo interino do país apontam para indícios de que houve uma coordenação por trás dos confrontos, que não seriam atos espontâneos. Há suspeitas do envolvimento do ex-líder quirguiz, Kurmanbek Bakiev, atualmente exilado em Belarus.

Rupert Collie, porta-voz do Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos, disse em Genebra que havia evidências de que os ataques foram coordenados e que cinco confrontos começaram ao mesmo tempo em Och por homens portando armas. A Alta Comissária da ONU Navi Pillay também disse que as lutas "parecem ter sido orquestradas, direcionadas e bem planejadas".

 

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