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21/06/2010 - 21h20

Guerrilha oferece R$ 1.850 pela entrega do presidente paraguaio

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O autodenominado Exército do Povo Paraguaio (EPP), grupo armado de extrema esquerda, ofereceu nesta segunda-feira US$ 1 mil (cerca de R$ 1.850) pela entrega do presidente do país, Fernando Lugo, e outras autoridades, segundo informou o Ministério do Interior.

O governo reproduziu um comunicado supostamente emitido pelo EPP, organização que acusa de ter matado a tiros dois policiais durante um enfrentamento na semana passada no nordeste do país.

No comunicado, encontrado na quinta-feira em um acampamento dos integrantes do grupo, são oferecidos 5 milhões de guaranis pela entrega de Lugo, de parlamentares ou de algum ministro da Corte Suprema de Justiça.

O documento tem seis tópicos e afirma que o grupo não conta com "muito dinheiro, mas sim com muita dignidade", além de qualificar Lugo de "carrasco do povo".

O texto também diz que o EPP foi fundado no dia 1º de março de 2008 e não há 12 anos, como as autoridades sustentam, e se compromete a não executar nenhuma "ação terrorista indiscriminada" que prejudique a vida e a integridade do povo.

Por isso o EPP pede à população que não construa suas casas perto das residências dos "poderosos, magnatas, burocratas, políticos, quartéis e delegados", pois poderiam acabar em perigo caso o grupo faça algum atentado.

Histórico

O comunicado não menciona às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que, segundo a Promotoria paraguaia, treinaram o EPP, mas sim o presidente colombiano em fim de mandato, Álvaro Uribe, qualificado de "filhote do império".

Outros dois pontos se referem a Juan Arrom, Anuncio Marti e Víctor Colmán, membros do extra-parlamentar Partido Pátria Livre (PPL), refugiados no Brasil. A Justiça paraguaia negocia a extradição deles com o governo brasileiro pelo sequestro da esposa de um empresário, ocorrido há mais de oito anos.

Segundo o comunicado, nenhum dos três pertence ao EPP.

O suposto documento do grupo aparece quatro dias depois que o EPP foi considerado culpado pelas autoridades pela morte de dois agentes das Forças de Operações Policiais Especiais (Fope) durante uma emboscada nas proximidades do povoado de Kurusú (Cruz) de Hierro, 500 quilômetros ao norte de Assunção.

Após o enfrentamento, cinco pessoas foram presas como supostos integrantes do "grupo de apoio e logística" do EPP, enquanto ontem, Niño Salvador Saldívar, de 31 anos, se entregou a Polícia.

Ele assegura ser membro do grupo armado e que o ataque contra os agentes não foi obra do EPP, mas de narcotraficantes que operam nas florestas do país, onde proliferam os cultivos ilegais de maconha.

Segundo o Ministério do Interior, no mesmo acampamento onde o comunicado foi encontrado havia também uma lista com os nomes de várias autoridades nacionais e jornalistas.

 

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