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ONU questiona alívio do bloqueio israelense a Gaza; países condenam ataque a navios
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O chefe da agência de refugiados das Nações Unidas para os palestinos (UNRWA, na sigla em inglês) disse nesta quarta-feira que tem dúvidas sobre o alívio do bloqueio israelense à faixa de Gaza.
O comissário geral, Filippo Grandi, chamou o bloqueio de "absurdo, contraproducente e ilegal" e disse que certos elementos do plano de Israel para o relaxamento da contenção militar da região não estavam claros de como seriam implantados.
"Eles estão falando de itens que serão permitidos algumas vezes e em outras circunstâncias não, dependendo de para quem eles serão entregues. O plano ainda está muito complicado", disse Grandi.
"Nós vemos longas declarações de como eles irão fazer, mas o problema são os detalhes. Nós temos que ver como isso será feito e ainda não vimos nada. Queremos fatos, pois as condições na região estão muito ruins", completou o comissário.
Ele também pediu que Israel abrisse a passagem de Karni, no nordeste de Gaza, para que grandes quantidades de cimento, materiais de construção e ajuda humanitária possam entrar na região.
Condenação
Nesta quarta-feira, a Turquia e outros 12 países do sudeste europeu denunciaram o ataque israelense de 31 de maio contra a frota humanitária que seguia para Gaza, que acabou com nove ativistas mortos.
Os países fizeram a afirmação na declaração final do Processo de Cooperação do Sudeste Europeu, que serve para integração da região dos Bálcãs. Na documento eles pediram "uma investigação imparcial, independente e internacional sobre o assunto" e melhoras na situação da faixa de Gaza.
Egito
O presidente do Egito, Hosni Mubarak, afirmou nesta quarta que o Egito rejeita com veemência a tentativa de Israel de renunciar sua responsabilidade com à faixa de Gaza e repassá-la para o Cairo, segundo o jornal israelense "Haaretz".
Falando para parlamentares, o presidente disse que a prioridade do Egito é acabar com o bloqueio israelense em Gaza. Ele também expressou a sua fé de que um Estado Palestino será criado nos territórios da faixa de Gaza e na Cisjordânia, com Jerusalém como capital.
Encontro
O ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, conversará sobre o processo de paz entre Israel e os palestinos, nesta quarta-feira, em Washington, com a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, informou esta terça-feira o Departamento de Estado dos Estados Unidos.
Barak e Hillary "vão discutir as perspectivas de paz na região" com a esperança de "avançar o quanto antes para negociações diretas", disse o porta-voz Philip Crowley.
Em maio, os palestinos aceitaram manter um diálogo indireto com Israel, intermediado pelo emissário americano, George Mitchell.
A flexibilização do bloqueio a Gaza e a investigação sobre a operação militar contra uma frota humanitária internacional que seguia rumo ao território palestino também serão mencionados no encontro.
Espera-se que a secretária de Estado ressalte o desejo de Washington de "trabalhar com Israel para garantir a aplicação" da flexibilização do bloqueio, prosseguiu o porta-voz, enquanto "falta avançar" concretamente após o anúncio desta decisão pelo governo israelense.
Hillary e Barak também falarão das "preocupações urgentes e legítimas de Israel por sua segurança, entre as quais estão a Síria, o Irã, o Hamas e o Hizbollah", disse Crowley.
Israel informou, no domingo (20), que autorizará a entrada de todos os "bens para uso civil" a Gaza, "salvo equipamentos militares e material que possa reforçar a máquina de guerra do Hamas".
Líbano
As autoridades libanesas enviaram na terça-feira (22) uma carta às Nações Unidas responsabilizando Israel por qualquer ataque contra seus cidadãos, diante da ameaça israelense de atacar navios libaneses que se dirigirem à faixa de Gaza.
A agência nacional de notícias do Líbano informou que o país enviou uma carta ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, por meio de seu Ministério de Assuntos Exteriores, em resposta à carta enviada por Israel à organização no dia 18 de junho.
Em sua carta, Israel responsabilizou o Líbano por qualquer embarcação que sair do país com destino a Gaza e ameaçou atacá-la.
Em sua carta, o Líbano também pede que a comunidade internacional pressione Israel para que aplique a resolução que pôs fim à guerra de 2006 entre o Exército israelense e o Hizbollah e para que cesse suas violações e ataques contra o território libanês.
Alerta
O ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, advertiu na segunda-feira (21) que uma situação de "violência" pode surgir se a frota com ajuda humanitária que se prepara no Líbano tentar romper o bloqueio israelense sobre território palestino.
Para o ministro, é desnecessário tentar levar a ajuda por mar, especialmente depois que, no domingo (20), foi suavizado o bloqueio a Gaza.
"Poderia surgir atrito que leve à violência, o que é totalmente desnecessário e injustificável com a abertura de Gaza", alertou Barak na saída de uma reunião com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
Segundo ele, as autoridades israelenses não podem aceitar que "ninguém navegue diretamente para Gaza". O ministro responsabilizou Beirute pelas embarcações que possam partir da costa libanesa, assim como pelo material transportado.
O Líbano afirmou na segunda que permitirá que navios com ajuda humanitária para Gaza naveguem na costa do país. O grupo turco que mandou a flotilha interceptada no dia 31 de maio também prometeu mandar mais embarcações de auxílio.
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