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Há tempo para acordo de combustível nuclear com o Irã, diz instituto
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DA REUTERS, EM VIENA
O projeto de fazer o Irã tirar do país parte de seu material nuclear ainda poderia ser bem-sucedido porque Teerã ainda não é capaz de produzir o combustível para um reator que obteria em troca, disse nesta quinta-feira um renomado grupo de pesquisas sediado em Washington, o Instituto para Ciência e Segurança Internacional (Isis).
As grandes potências mundiais lançaram dúvidas sobre um plano, mediado por Brasil e Turquia, para que o Irã enviasse ao exterior 1.200 quilos de urânio pouco enriquecido e pressionaram pela aprovação de uma quarta rodada de sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) contra Teerã este mês.
A proposta brasileira e turca retomava partes de um acordo fechado pela agência nuclear da ONU com três potências mundiais em outubro e que, naquela época, tiraria do Irã 70% de seu estoque de urânio pouco enriquecido, o suficiente para fabricar uma bomba nuclear caso fosse enriquecido a níveis mais elevados.
Agora, autoridades ocidentais questionaram a validade de fazer a troca, como foi sugerido por Brasil e Turquia, porque o Irã duplicou seus estoques de urânio pouco enriquecido e começou a enriquecer o material a um nível mais alto, num possível passo em direção ao urânio com a gradação necessária para armas.
Apesar desses pontos, a oportunidade ainda está aí, disse o instituto.
"Ainda há tempo para um acordo de troca de combustível de urânio pouco enriquecido, o que seria do interesse do Irã, caso o país queira alimentar em breve o Reator de Pesquisas de Teerã," afirmou o instituto em um comentário na Internet. O Isis é um dos principais grupos de pesquisas ocidentais a acompanhar questões relacionadas à energia nuclear.
O Irã afirmou que o reator, que produz isótopos usados no tratamento do câncer, ficará sem combustível --importado da Argentina-- no final do ano.
Como as negociações para suprir o estoque estavam paralisadas, Teerã anunciou que produziria o combustível internamente e que começou a enriquecer urânio a níveis mais elevados em fevereiro para essa finalidade.
Mas o instituto afirmou que o país não pode executar este plano em breve, pois não possui capacidade técnica.
"A inexperiência do Irã em produzir elementos combustíveis para o reator de Teerã suscita questões sobre suas afirmações de que precisa continuar a enriquecer a até 19,75%, especialmente em razão da brevidade que o Irã diz querer produzir elementos combustíveis para o reator," disse o Isis.
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