Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
04/07/2010 - 14h56

Hamas diz que premiê de Israel mente sobre troca de presos por soldado Shalit

Publicidade

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O movimento palestino Hamas acusou neste domingo o premiê israelense Binyamin Netanyahu de mentir sobre uma troca de prisioneiros para conseguir a libertação do soldado israelense Gilad Shalit, há quatro anos em poder do grupo que controla a faixa de Gaza.

"Seus dirigentes mentem, não acreditem neles", declarou aos jornalistas Mahmud Zahar, um do chefes do Hamas em Gaza.

"Deram seu consentimento para uma importante troca (de prisioneiros), mas mudaram de opinião por uma razão primária de politicagem, a fim de salvar a unidade de seu governo", assegurou Zahar durante uma manifestação de familiares de militantes palestinos detidos em Israel.

Jim Hollander-02out.09/Efe
Última aparição do soldado Shalit foi em um vídeo divulgado pela imprensa israelense
Última aparição do soldado Shalit foi em um vídeo divulgado pela imprensa

Em dezembro passado, o Hamas e o governo israelense estiveram próximos de alcançar um acordo, mas surgiram divergências entre os principais ministros de Netanyahu sobre alguns nome da lista de prisioneiros palestinos e sobre as condições para aumentá-la.

Desde então, Israel e Hamas se acusam mutuamente pelo fracasso das negociações.

Mil presos

Na semana passada Netanyahu fez um discurso televisionado no qual disse estar disposto a trocar mil prisioneiros do grupo islâmico palestino Hamas, que controla a faixa de Gaza, pela libertação do soldado israelense Gilad Shalit.

O premiê, contudo, alertou que há um limite no que Israel está disposto a ceder e ressaltou que os prisioneiros não incluirão os mais perigosos e os libertados não poderão ser enviados à Cisjordânia.

Depois de semanas em que a libertação de Shalit parecia iminente, no começo do ano, as declarações de Netanyahu são o maior passo dado por Israel para salvar o soldado, que foi alçado a tema central das negociações entre palestinos e israelenses.

Shalit foi sequestrado por comandos do Hamas, dos Comitês de Resistência Popular e de um desconhecido Exército Islâmico em 25 de junho de 2006, durante uma operação do Exército israelense na faixa de Gaza, segundo a versão palestina, e em sua base em território israelense perto do limite de Gaza, segundo a versão israelense.

Captura

Quando capturado, Shalit era cabo e tinha 19 anos. Ele foi promovido a sargento durante seu sequestro e estaria em alguma parte da faixa de Gaza, dominada pelo Hamas desde 2007, quando o secular Fatah, do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, foi expulso do território à força.

Com a mediação de Egito e Alemanha, o acordo avançou poucos passos. O Hamas chegou a divulgar recentemente o primeiro vídeo de Shalit no cativeiro. No passado, diálogos tinham rendido apenas o envio de algumas cartas e um áudio.

"Todos queremos Shalit de volta, mas a nação não poderá pagar qualquer preço, já que experiências passadas mostraram que muitos palestinos libertados voltaram a atacar israelenses", disse Netanyahu, pressionado por uma campanha renovada da família de Shalit nas ruas de Jerusalém.

Milhares de apoiadores se uniram aos familiares para uma Marcha da Libertação nesta quinta-feira e prometeram acampar em frente ao escritório do primeiro-ministro enquanto Shalit não for libertado.

"Eles podem voltar para Gaza, mas não para a Cisjordânia, de onde podem nos atacar novamente", afirmou o premiê.

O enviado dos EUA ao Oriente Médio, George Mitchell, acusou o Hamas nesta quarta-feira de "comportamento desumano e inaceitável" em relação a Shalit.

O Hamas exige a meses a libertação de ao menos mil prisioneiros pela soltura de Shalit. A lista, contudo, incluiria vários palestinos proeminentes que Israel não está disposto a libertar. O grupo palestino aceitou ainda que alguns dos prisioneiros libertados sejam exilados, mas quer escolher seus destinos, segundo autoridades familiares com as negociações.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página