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18/06/2010 - 08h41

Justiça proíbe PF de usar as cópias de e-mails de Tuma Jr.

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DE SÃO PAULO

A Justiça proibiu a Polícia Federal de usar os dados colhidos no computador do ex-secretário nacional de Justiça Romeu Tuma Jr. por considerar que a eventual prova foi colhida ilegalmente. Ele é suspeito de envolvimento com o chinês Li Kwok Kwen, o Paulo Li, acusado de contrabando.

Investigação da PF mostra que há suspeitas de que Tuma Jr. ajudou Paulo Li a regularizar a situação de imigrantes ilegais e interveio para liberar mercadoria apreendida.

Os e-mails de Tuma Jr. foram copiados sem ordem judicial do computador que ele usava no Ministério da Justiça.

Os delegados tinham só uma autorização verbal do ministro Luiz Paulo Barreto. Para os delegados, os dados podiam ser copiados porque o computador é do ministério. No auto da coleta, eles incluíram uma ressalva, porém: só abririam os arquivos com ordem judicial.

Tuma Jr. disse que a prova de que não tem o que esconder é que entregou um laptop para o ministro ao deixar o cargo. A PF não comentou a decisão.

Então secretário nacional de Justiça, Tuma Jr. foi exonerado essa semana do cargo. Ao saber da exoneração, dizendo-se "amargurado", ele afirmou ser "vítima de uma monstruosa injustiça" e que "há um componente político para atingir" a ele e o seu pai, o senador Romeu Tuma (PTB-SP).

O então secretário disse que, das apurações em curso, não ficou evidenciado nada contra ele. "Estou sendo vítima do crime organizado, da mesma máfia que combato há 30 anos", disse ele, que é delegado licenciado da Polícia Civil de São Paulo. "Estou incomodando muito gente e sou vítima de uma covardia política", completou, sem citar nomes.

Paulo Li

A prisão do chinês e de mais 15 pessoas ocorreu em setembro de 2009, após a PF deflagrar as operações Wei Jin (em chinês, trazer mercadoria proibida) e Linha Cruzada. Juntas, as duas operações tinham o objetivo de combater o contrabando de mercadorias e o vazamento de informações sigilosas, desarticulando uma quadrilha especializada no contrabando de celulares falsificados chineses.

De acordo com a PF, além de Paulo Li, a organização era integrada por despachantes aduaneiros, lojistas, gráficos, um ex-oficial do Exército Brasileiro e até mesmo um ex-membro do Serviço Secreto do Chile. Na época, a PF acusou "um conhecido mestre de Kung fu" de ser um importante membro do grupo, responsável por movimentar mais de R$ 1 milhão mensais revendendo os aparelhos que recebia da China.

Além de ter sido instrutor de Kung fu de Tuma Júnior, Paulo Li deu aulas na superintendência paulista da PF quando o pai do secretário, o atual senador Romeu Tuma (PTB-SP), era superintendente do órgão.

O jornal "O Estado de S. Paulo" publicou uma matéria apontando a ligação de Tuma Júnior com Li. Em uma conversa telefônica gravada pela PF, ele pergunta ao chinês se um jogo eletrônico contrabandeado estaria à venda na avenida Paulista, em São Paulo.

Ainda segundo o jornal, a PF também teria encontrado indícios de que Tuma Júnior auxiliou Paulo Li a regularizar a situação de chineses que viviam clandestinamente em São Paulo.

À Agência Brasil, contudo, a assessoria da PF se limitou a informar que o secretário não foi investigado e que suas conversas com Paulo Li só foram gravadas porque os telefonemas do chinês estavam sendo monitorados com autorização judicial.

 

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