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Governo vai levantar dados para campanha de Dilma
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MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA
O governo convocou os ministros das principais pastas para mobilizar as equipes a levantar informações e números inéditos para municiar a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. Além disso, ela terá "aulas" com auxiliares de Lula.
O chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, disse que a estratégia é que os ministros passem à candidata números dos quais "nem o governo tem ciência".
A preocupação é que Dilma esteja mais preparada para valorizar ações de Lula em comparação com o governo tucano nos debates que terá com o tucano José Serra.
Os encontros com ministros começaram a ser definidos anteontem em almoço de Dilma com Carvalho.
"Vamos organizar uma conversa dela com ministros porque tem muitas coisas extraordinárias do governo que são realizadas pelos ministérios que nem o próprio governo tem ciência", afirmou o chefe de gabinete de Lula.
"É importante organizar agora um rol de conversas dos ministros com ela para que ela possa se apropriar desses elementos e utilizar na campanha", completou.
Falando em tese, o ex-ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Torquato Jardim disse que a "tabela" entre governo e candidata pode configurar crime eleitoral.
"A irregularidade pode existir se algum servidor público for utilizado no horário de trabalho para levantar qualquer informação que seja para um candidato", disse.
"Essa é mais uma demonstração de que o PT usa a máquina para fabricar a candidata", disse o líder do DEM, José Agripino (RN).
"Agora, é estranho que ela precise de assessoria porque estava no governo até abril e se apresenta como a candidata do governo Lula e uma das principais responsáveis pelas ações", afirmou.
Confronto direto
Até agora, Dilma e Serra não se enfrentaram diretamente em debates. A petista e o tucano participaram separadamente de sabatinas a prefeitos e empresários.
No começo do mês, por causa de uma viagem pela Europa, Dilma desmarcou a sabatina da Folha.
A consulta aos ministros também visa evitar constrangimentos para Dilma, que ao longo da pré-campanha apresentou dados errados.
Reportagem da Folha publicada em maio revelou que Dilma usou em pelo menos três entrevistas um número não oficial para comparar ações da Polícia Federal nos dois governos.
Em outra ocasião, ela errou o número do aumento da venda de computadores graças ao Computador para Todos, do governo federal.
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