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Casar no exterior pede mais dinheiro e organização e menos convidados

Quando Amanda Aureliana, 27, disse sim, o padre não entendeu. Até porque era um monge budista de um monastério em Timfu, capital do Butão, que celebrava seu casamento.

"Decidi juntar a união com a lua de mel, e convidar meus amigos para os dois", conta ela, que reuniu 25 pessoas, além do marido, no país asiático em setembro de 2013.

A tendência dos "destination weddings", casamentos realizados em meio a uma viagem, está se sofisticando, atesta Amanda e profissionais que vivem de fazer essas festas.

A advogada Debora Botelho, 28, jogou o buquê em 4 de julho passado num pub londrino. A maioria dos noivos faz uma cerimônia sem valor legal. Mas não Débora. "Queria casar mesmo lá. Tivemos de ir atrás da papelada, pesquisar e até ensinar as pessoas no caminho como funcionava." Conseguiu uma permissão da arquidiocese de Westminster, onde se casou, numa igrejinha.

Sua festa ideal caberia numa mesa de jantar, então foram emitidos 30 convites (21 foram), com nove meses de antecedência. "Foi um sucesso."

Já Martina Santiago Jardinha, 30, optou pelo destino predileto dos brasileiros que se casam fora: Paris, com vista para torre Eiffel. Antes de decidir, entretanto, fez um bom tour pela Europa para escolher locação. Passeou por Florença e pelo lago Como, na Itália, e por um castelo nas cercanias da capital francesa.

Pensou até em fazer a festa no Brasil, mas "cada vez que eu tentava marcar a data, não tinha igreja".

Seis meses antes mandou um "save the date" (aviso de bloqueio de agenda, meses antes do convite) e botou duas agências para trabalhar. Dos 400 convidados, 150 foram.

Na dúvida, ela tinha dois salões reservados, por não saber o número de convidados "É uma loteria".

Ia fazer no Brasil um casamento para 800 pessoas, gastou o mesmo com um para 150 pessoas além-mar. "Meus pais foram muito generosos!"

Fernanda Silva, 40, foi uma das primeiras a se especializar na organização de festas lá fora. Silva mora na Suíça e organiza eventos por toda Europa há três anos. E vê uma mudança de perfil desde que Ronaldo e Daniella Cicarelli se casaram num palácio."No início era muito castelo, as pessoas tinham síndrome de princesa."

Hoje, casais já preferem salões de hotéis de luxo ou até um barco sobre o rio Sena, como numa celebração recente. "Tem muito castelo que não está bem cuidado, então é legal pensar em outras possibilidades. Há parques, pontes, monumentos históricos. Podem escolher o que quiser."

Quanto menor o número, mais caro fica, ensina a profissional, da Wedding Luxe. Os preços praticados na França e em regiões nobres da Itália giram entre 700 e mil euros por pessoa —de R$ 2.000 a R$ 3.300. "No Brasil seria mil reais por pessoa para uma festa parecida, ainda que com produtos piores", diz a organizadora nacional Michele Galia.

Poucos casais bancam todas as despesas. Foi o caso de Lorena Milem, 41, que fez uma festa em Aruba em janeiro de 2013 e custeou a ida de 30 amigos. "Eu não poderia exigir que as pessoas fossem se não as convidasse de verdade." A festa saiu "por volta de R$ 300 mil", diz ela. "E valeu."

Até porque os casais acabam poupando a lua de mel quando se casam a um voo de distância de casa.

O fotógrafo francês Olivier Lalin comanda uma empresa que, além de cuidar da festa, também se certifica de que os cônjuges estejam se divertindo antes e depois da união.

"Os 'foodies' optam por uma experiência culinária gastando seu orçamento extra em restaurantes renomados", revela Lalin.

Um jantar para dois no Cinq, restaurante do hotel George V, por exemplo, custa 450 euros. Ou cerca de R$ 1.490. Ou, como diria a noiva Lorena: "O que isso compra no Brasil? Nem dois pastéis seguidos de uma caipirinha de graviola."

SERVIÇO
www.wedding-luxe.com
www.weddinglightevents.com

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