No fim dos anos 1990, as grandes redes hoteleiras internacionais resolveram apostar fortemente no Brasil. Antes, já existiam algumas atuando no país, mas eram as mais voltadas ao segmento de luxo.
Nomes que já eram conhecidos por brasileiros que viajavam para fora começaram a aparecer aqui. A Accor, a dona do Ibis e uma das maiores do mundo, era um deles.
O plano que a empresa adotou no Brasil foi crescer com coparticipação —pequenos investidores e fundos fazem aportes para ajudar a financiar a construção dos empreendimentos e depois ficam com parte das receitas geradas pelas hospedagens.
O papel da Accor, empresa de origem francesa, é gerenciar, ceder a bandeira e cobrar participação. Foi assim que ela virou a maior rede do Brasil. Uma pesquisa do Fórum de Operadores Hoteleiros levantou que a Accor tem 253 unidades no país. No mundo, são cerca de 2.000 hotéis Ibis, em 65 países.
E ela pode ficar ainda mais forte no país. No último relatório voltado a seus investidores, a Accor afirma que deve adquirir hotéis "icônicos que vão levantar fortemente a projeção das marcas em todos os segmentos do mercado". Os segmentos são, é claro, relativos a luxo —do mais sofisticado ao que têm menos opções. O Ibis, se comparado às outras bandeiras, como o Mercure ou o Sofitel, é a opção mais simples.
"É um hotel que oferece boa cama, ducha, internet, TV e está em bons locais. Faz isso com praticidade e sem luxo. E, principalmente, sem surpresas", diz Antonio Carlos Bonfato, professor de hotelaria do Senac.
Ter um serviço conhecido, que não apresenta variações, é importante em um segmento específico de hotelaria: o corporativo, diz Bonfato. "Cerca de metade dos clientes de hotéis viajam a negócios", acrescenta Dilson Fonseca, presidente da Abih (associação do setor).
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Ibis tem 166 hotéis no Brasil.