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Financiamento para investir em imóvel exige pesquisa e cautela

A compra de imóveis é uma das opções preferidas dos brasileiros para investir. Fica atrás apenas da poupança, segundo pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

Mas entrar em um financiamento para adquirir um imóvel com esse objetivo só é vantajoso em condições muito específicas, de acordo com Michael Viriato, coordenador do Laboratório de Finanças do Insper.

A escolha exige uma análise profunda dos rendimentos que se espera obter, levando em conta os gastos com o imóvel. Também é preciso avaliar a demanda por moradia na região, sua infraestrutura e como ela deve evoluir nos próximos anos no plano de expansão da cidade.

De acordo com Alberto Azjental, professor da escola de economia da FGV-SP, o financiamento de um segundo imóvel só vale a pena quando há escassez no mercado ou a economia anda muito bem, o que pode levar a uma valorização real do bem a médio ou longo prazo.

Na crise, porém, dificilmente o aluguel recebido cobrirá o custo do financiamento. "Se o valor da prestação é de R$ 2.000 e do aluguel, R$ 1.500, será preciso completar a parcela com R$ 500. Seria melhor aplicar o dinheiro, mas para algumas pessoas pode ser uma forma de fazer uma poupança forçada."

Zanone Fraissat/Folhapress
O bancário Ricardo Lupianhes Santonieri, 37
O bancário Ricardo Lupianhes Santonieri, 37

No caso do bancário Ricardo Lupianhes Santonieri, 37, a decisão de investir em um segundo apartamento no bairro de Presidente Altino, em Osasco, veio em 2010, após uma análise detalhada.

"Em uma pesquisa com moradores e imobiliárias, percebi que havia muita procura e poucos imóveis disponíveis. Além disso, era uma região com tendência de valorização, afirma.

Ele fechou um financiamento de 360 meses para comprar na planta um apartamento de 62 metros quadrados, entregue em 2012.

Apesar das precauções, ele não contava com a crise. "Hoje, com queda no preço da locação, o retorno financeiro deixa a desejar."

Uma alternativa mais eficiente, segundo Viriato, seria investir em um fundo imobiliário. Além de proporcionar uma economia com tributos e juros, a gestão profissional e personalizada dos recursos garantiria uma análise mais detalhada da aplicação.

Na hora de investir, a possível deterioração do imóvel também deve ser levada em conta, já que gera gastos com manutenção. No caso de um apartamento, se ficar desocupado, o proprietário ainda terá que pagar o condomínio.

Além disso, nem sempre é fácil saber se o local escolhido vai ou não se valorizar. "Em uma região que já é muito valorizada, dificilmente os preços subirão. O ideal seria comprar em um lugar que se valorizasse ao longo do tempo, mas não se pode contar com isso", diz Azjental.

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