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Renault lança Kwid, que chega ao mercado já com fila de espera

O Renault Kwid acaba de chegar às lojas, mas parece que já está nas ruas há tempos. A estratégia milionária de lançamento –que inclui comercial com o Incrível Hulk– e o preço chamativo de R$ 29.990 transformaram o carro em sucesso precoce.

As encomendas no período de pré-venda foram quatro vezes maiores que o esperado pela montadora. A empresa não revela o número de clientes que deram o sinal de R$ 1.000 (parcelado em três vezes no cartão de crédito) para garantir uma unidade sem ao menos ter visto o modelo de perto.

"Temos uma demanda reprimida muito forte, por isso há esse 'boom' inicial de vendas, mas é preciso ver qual será o ponto de equilíbrio", diz o presidente da Renault do Brasil, Luiz Petrucci.

O carro chega em meio à retomada do setor automotivo, que começa a reagir após três anos de queda. O Kwid é a parte mais importante dos investimentos de R$ 2,75 bilhões feito pela Renault, em um ciclo que começou em 2011 e se encerra em 2019.

A produção do compacto –que carrega a ambição de ser o mais vendido do país– representa a retomada do terceiro turno na fábrica de São José dos Pinhais (PR).

Os primeiros compradores –que fizeram reservas em junho– começam a receber o carro neste mês. Eles logo perceberão que a Renault cumpre as promessas feitas nas propagandas, embora com certo exagero.

De fato, o Kwid tem ares de miniutilitário esportivo e tem mais espaço que modelos de mesmo porte, como o Fiat Mobi e o Chery QQ. Mas o banco traseiro está longe de oferecer folga para as pernas.

Um porta-objetos colocado à frente da alavanca de câmbio é um convite para moedas, carteira, carregador de celular e outras traquitanas. Não há tampa ali, o que é um indicador de quão popular é o Kwid.

Também não há ajustes de altura do assento nem da coluna de direção, tampouco apoio para o pé esquerdo. Mas aí o consumidor lembra do preço e dos airbags laterais disponíveis em todas as versões, algo raro mesmo em compactos bem mais caros, e talvez se convença de que fez um bom negócio.

O mais barato dos Kwid não traz nada além do básico em conforto (bancos de tecido, porta-objetos...). A Renault espera que a versão mais vendida seja a intermediária Zen. Custa R$ 35.390 e já vem com ar-condicionado, direção com assistência elétrica e sistema de som.

A opção mais cara chama-se Intense (R$ 39.990) e acrescenta sistema multimídia com navegação, computador de bordo e conta-giros, entre outros itens.

O carro foi lançado primeiro no mercado indiano. A Renault afirma que as semelhanças se limitam a aspectos visuais: além dos airbags, o veículo brasileiro tem reforços estruturais e mais equipamentos.

Todas versões são equipadas com motor 1.0 flex de três cilindros e 70 cv de potência. Parece pouco, mas o compacto da Renault pesa 779 quilos na versão Zen –160 quilos a menos que o Fiat Mobi Way, seu rival direto.

Renault kwid

SÓ EM NOVEMBRO

Com o resultado surpreendente da pré-venda, o Kwid estreia com fila de espera. De acordo com Charles Courtois, gerente de produto na Renault, quem comprar o carro hoje é avisado de que a entrega só ocorrerá em novembro.

"Não iremos enganar o cliente, mas o prazo que damos não tem freado o ritmo de pedidos", diz Courtois.

De acordo com o presidente da montadora no Brasil, 85% dos compradores que fizeram encomendas prévias vieram de outras marcas. É um bom sinal em um mercado repleto de opções para pronta entrega, embora com preço mais alto.

O Fiat Mobi Way, por exemplo, custa a partir de R$ 41.260 e oferece menos espaço na cabine e no porta-malas. Essa versão é tão equipada quanto Kwid Zen, que custa R$ 4.900 a menos.

Carro mais barato entre os zero-quilômetro produzidos no Brasil, o Chery QQ (a partir de R$ 25.990) tem a mesma proposta urbana e apresenta evolução na linha atual, mas a marca chinesa ainda busca o reconhecimento do público.

Caso a Renault mantenha os preços de sua novidade, é provável que haja uma corrida por descontos na concorrência, reavivando o segmento de carros populares.

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