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Em resposta a Bolsonaro, Inpe diz prezar por honestidade científica

Governo Bolsonaro tem feito críticas aos dados de desmatamento gerados pelo instituto

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São Paulo

O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) se defendeu, nesta quinta (1º), da sequência de ataques feita pelo governo Jair Bolsonaro (PSL). O instituto afirma, em nota, que o trabalho que realiza "sempre foi norteado pelos princípios da excelência, transparência e honestidade científica".

A entidade também "reafirma sua confiança na qualidade dos dados produzidos pelo Deter", sistema de alertas de desmatamento com dados públicos que gerou a insatisfação de Bolsonaro e dos ministros Ricardo Salles (Meio Ambiente) e Marcos Pontes (Ciência).

Presidente Jair Bolsonaro e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles - Adriano Machado/Reuters

"Os alertas são produzidos seguindo metodologia amplamente divulgada e consistentemente aplicada desde 2004. É amplamente sabido que ela contribuiu para a redução do desmatamento na região amazônica, quando utilizada em conjunto com ações de fiscalização", diz a nota. 

Nas últimas semanas o instituto vem sendo publicamente criticado por Bolsonaro e pelos ministros por divulgar os dados mensais de desmatamento do Deter (projeto Desmatamento em Tempo Real). As informações do sistema têm a finalidade de ajudar ações do Ibama no combate ao desmate.

Os dados são públicos e estão disponíveis em uma plataforma do instituto, o TerraBrasilis (que pode ser acessado aqui). 

Além dos dados do Deter —que quase diariamente são enviados ao Ibama, para dar suporte às operações do órgão—, o Inpe também é responsável pelo Prodes, esse sim responsável pela taxa anual oficial de desmatamento na Amazônia, mais preciso. O programa também monitora o cerrado.

Em coletiva de imprensa nesta quinta, com a presença de Salles, do chanceler Ernesto Araújo e com o ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Augusto Heleno, Bolsonaro voltou a contestar dados do Deter obtidos pelo Inpe.

Segundo o presidente, os dados de desmatamento no país foram “espancados” para atingir a imagem do Brasil e seu governo. Desde 2012, porém, vem sendo observada uma tendência de alta na degradação da Amazônia.

Na ocasião, Bolsonaro também falou sobre planos para contratar serviços privados para fazer o monitoramento do desmate na Amazônia. 

"Eu não quero inferir, começar a falar de possíveis ligações com isso ou aquilo, questões pessoais. Mas é muito estranho porque aconteceu num momento em que o Brasil dá sinais claros de que vai recuperar sua economia", afirmou Bolsonaro.

Salles chegou a sugerir que a interpretação supostamente equivocada dos dados de desmatamento eram responsabilidade de bolsistas do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) que atuam no Inpe. O ministro também afirmou que pretende reforçar o quadro técnico do instituto.

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