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Mourão diz que ação de militares para preservação da Amazônia não será prorrogada

Vice-presidente afirma que oficiais continuarão, porém, a prestar 'apoio logístico, de comunicações e de inteligência'

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Brasília

O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) disse nesta sexta-feira (15) que o governo federal não vai mais renovar a operação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) na Amazônia.

A ação dos militares tinha como objetivo combater o desmatamento e as queimadas na região. O governo vem sofrendo pressão internacional por conta dos índices alarmantes.

Militares ao lado de madeira extraída ilegalmente da Amazônia durante uma ação em Porto Velho (RO) em maio de 2020 - Exército - 11.mai.20/Divulgação/Reuters

"Sem renovação da GLO. O que foi acertado: as Forças Armadas continuam a prestar apoio logístico, de comunicações e de inteligência", disse Mourão, que preside o CNAL (Conselho Nacional da Amazônia Legal). O prazo da operação termina nesta sexta-feira.

"O Ministério do Meio Ambiente, que teve o seu orçamento duplicado, repassa o recurso necessário para o Ministério da Defesa. Coordenação feita dentro do grupo gestor e pronto, segue o baile", continuou.

Em junho, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) autorizou a ação militar, chamada de Operação Samaúma, até 31 de agosto. Depois, Mourão anunciou que a GLO seria prorrogada por mais 45 dias.

O governo já havia empregado a ação de militares na região no passado, com as Operações Verde Brasil e Verde Brasil 2. Elas duraram de 15 de maio de 2020 a 20 de janeiro deste ano.

De acordo com o vice-presidente, não há mais necessidade dos militares, porque as agências ambientais responsáveis pela fiscalização na Amazônia "estão com mais gente agora em condições de trabalhar", uma vez que há mais pessoas vacinadas contra a covid-19.

Nos meses de julho, agosto e setembro, em que os militares estiveram na Amazônia, os registros de focos de queimadas na região foram os menores desde que Bolsonaro assumiu o Palácio do Planalto, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Entretanto, os índices continuam em patamares muito altos. O Brasil teve o segundo pior ano de desmatamento na Amazônia na série histórica recente, segundo dados do Deter, do Inpe. Com pouca diferença, somente o período de 2019-2020 foi mais destrutivo para o bioma.

As informações apontam que, de agosto de 2020 a julho de 2021, foram derrubados cerca de 8.712 km² de floresta, queda de aproximadamente 5% em relação aos 9.216 km² do período anterior. O histórico recente do Deter tem início em 2015.

O fim da GLO ocorre a duas semanas da COP26, Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, em Glasgow, Reino Unido.

O evento é mais uma chance de os países acertarem mecanismos para combater a crise climática. O governo Bolsonaro, que já enfrenta pressão, será cobrado pelos países a apresentar perspectivas de melhora.

A expectativa de ambientalistas é que a comunidade internacional torne suas metas mais ambiciosas até 2030, período chave para conseguir limitar o aquecimento do planeta em 1,5°C.

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